Respostas
Explicação:
A sociedade grega era composta majoritariamente por dois grupos distintos, os escravos e a elite.
Como o trabalho braçal ficava por conta dos escravos, a elite desfrutava de muito tempo livre e é exatamente por isso que surgiram tantos pensadores e teorias conceituais na Grécia Antiga, uma delas, a corrente Hedonista, do grego hedonê, “prazer”, “vontade”.
Filósofos Gregos Antigos pregavam o Culto Aos Prazeres
Os principais representantes do Hedonismo são o famoso Epicuro e Aristipo de Cirene.
Aristipo analisava o prazer segundo o “movimento da alma humana”, podendo ser um movimento suave (prazer) ou áspero (dor).
Para ele, o prazer sempre se objetiva a minimizar a dor, sendo o caminho para a felicidade.
Aristipo de Cirene percebia o prazer sob a visão física, corpórea. Essa percepção foi ampliada pela perspectiva de Epicuro de Samos, que defendia que a satisfação do corpo não ocasiona prazer, mas que esse só é realmente atingido quando nos libertamos da dor, do sofrimento e da agitação, cultuando estados de equilíbrio, serenidade e calmaria.
E um dos caminhos para isso seria justamente abandonando a busca desenfreada por prazeres corporais.
Sob diferentes perspectivas, ambos concordavam que um estado prazeroso significa um estado de tranquilidade e serenidade que nos leva à felicidade.
Hedonismo – Cultura dos Prazeres
Por causa dessa abordagem, o hedonismo é entendido como a cultura dos prazeres. O prazer como Bem Supremo.
Porém, quando a doutrina filosófico-moral surgiu, os conceitos de prazer, felicidade e bem-estar eram bem diferentes do que estamos habituados hoje, ao menos em terras tupiniquins.
A representação mais típica do Hedonismo é o prazer corporal, aproximando a corrente filosófica do imoralismo, irresponsabilidade e narcisismo.
Para os gregos antigos, a definição de prazer era estar livre, tranquilo e calmo. Como ficou evidenciado pela abordagem epicurista, o hedonismo era justamente o culto à uma vivência pacata e com pouca agitação.
Assim, para os intelectuais gregos da época, para alcançar um estado de paz e tranquilidade – um estado hedonista – era preciso estar acima dos prazeres, estar imune e não mergulhado neles.
“Um novo hedonismo eis o que deseja o nosso século.”
O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde
O Hedonismo Em Cada Sociedade
Isso acontecia porque a sociedade grega da época – ou pelo menos a vida do grupo que gozava de tempo livre para filosofar – era calma, tranquila e pouco ativa.
A sociedade atual passa longe disso. Vivemos em uma era de produção e consumo em ritmos frenéticos. Mesmo os intelectuais, cuja produção é quase exclusivamente teórica, têm cotidianos agitados e um ritmo de vida intenso.
Isso porque é impossível viver alheio ao ritmo das novas cidades. As cidades-estados gregas eram baseadas em um centro comercial/cultural rodeado por grandes construções que davam lugares à espaçosas moradias.
Por obviedades, o cotidiano em espaços urbanos assim era pacato e tranquilo.
Atualmente, a vida comercial das cidades não se limita mais ao centro ou a bairros específicos, está diluída por toda a zona urbana, implicando aos cidadãos, mesmo os economicamente inativos, cotidianos agitados e turbulentos.
Essa diferença gera necessidades completamente distintas às pessoas.
Vivendo em um ritmo controlado e no qual a principal característica é a calmaria e tranquilidade, é fácil entender que esses sejam os estados percebidos como ideais e que se almeja alcançar.
Nessa realidade, ter uma vida calma e tranquila significaria pertencer ao grupo de pessoas que têm as melhores condições de vida.
Hedonismo Moderno – A Cultura do Excesso
Hedonismo Proveniente de Tormentas Psicológicas
No contexto atual, as pessoas que possuem as melhores condições de vida não são as que vivem em um ritmo pacato e tranquilo, pelo contrário. São as que mais produzem para a sociedade. São gestores e diretores de grandes corporações, que vivem com grandes responsabilidades e não têm horário fixo de trabalho, trabalham a toda e qualquer