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Em sua casa situada em Hamburgo, no dia 24 de maio de 1836, o professor e geólogo Otto Lidenbrock - um dos protagonistas da obra - encontra um pergaminho imundo, de autoria de um alquimista islandês do século XVI.
Escrito numa língua que não compreende, o cientista, que era professor de mineralogia em Johannaeum, pede ajuda ao seu sobrinho Axel para desvendar aquele mistério:
— Descobrirei esse segredo. Não dormirei nem comerei enquanto não decifrá-lo. — Fez uma pausa e acrescentou: — E você também, Axel.
Com muito custo, tio e sobrinho conseguem compreender aquele texto composto em uma escrita rúnica (uma linguagem usada pelos povos germânicos entre o século III até, mais ou menos, o século XIV).
Naquele pequeno manuscrito do alquimista islandês chamado Arne Saknussemm, o sábio confessa ter conseguido alcançar o centro da Terra. O percurso, que o alquimista dirá, se inicia na cratera do Sneffels, um vulcão extinto situado na Islândia.
Desce na cratera de Yocul de Sneffels que a sombra do Scartaris vem acariciar antes das calendas de julho, viajante audacioso, e chegarás ao centro da Terra. O que eu fiz. Arne Saknusemm
Lidenbrock fica obsessivo com a notícia e resolve embarcar nessa aventura junto com o sobrinho para conseguir desvendar o centro da Terra. Assim que consegue ler o pergaminho, o geólogo ordena que Axel prepare duas malas, uma para cada um. A travessia dura em torno de dez dias e, quando os dois chegam à Islândia, vão à procura de alguém que possa ajudá-los a encontrar a trilha.
Para tanto, tio e sobrinho contam com as contribuições de um guia local chamado Hans, que levará os dois à aldeia de Stapi, o caminho tão ansiado. O percurso será feito com quatro cavalos, uma série de instrumentos (termômetro, manômetro, bússolas) e terá início no dia 16 de junho.
O trabalho empreendido anos antes por Arne Saknusemm os ajuda a escolher o percurso correto. Quando avistam a cratera do Sneffels, sem saberem para onde ir, o tio identifica a pista de Arne:
— Axel, venha correndo! — dizia num tom de espanto e alegria.
Corri para perto dele, que apontava para um rochedo colocado no centro da cratera. A evidência tomou conta de mim. Na face ocidental do bloco, em caracteres rúnicos semirroídos pelo tempo, estava escrito: Arne Saknussemm.
É usando lâmpadas portáteis - como os mineiros - que os três personagens ingressam no centro da Terra e sobrevivem a uma série de aventuras.
Os três, fascinados com as descobertas, atravessam florestas de cogumelos, poços, corredores estreitos e chegam a testemunhar monstros pré-históricos. Uma realidade inimaginável, de tirar o fôlego.
A aventura mágica infelizmente termina antes do esperado, quando um dos vulcões, situado em Stromboli (na Sicília, Itália), atira os três integrantes para fora da Terra. Surpreendentemente nem Lidenbrock, nem Axel, nem Hans sofrem qualquer ferimento.
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