• Matéria: Sociologia
  • Autor: leticiacalessop
  • Perguntado 7 anos atrás

citar as características existentes em " classes ".

Respostas

respondido por: eu2381
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Explicação:

Esse é um dos conceitos centrais na Sociologia e, por isso mesmo, é um dos mais discutido e também um dos que acaba ganhando mais definições diferentes. Para fins de pesquisa, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) classifica a população brasileira em cinco classes sociais, de A a E, cada uma delas agregando famílias de renda mensal semelhante. Esse tipo de classificação é bastante utilizado pelo mercado, que desenvolve suas pesquisas e produtos baseados nos hábitos e possibilidades de consumo de cada faixa salarial. Na linguagem comum, outras ideias parecidas surgem quando se fala, por exemplo, na classe “dos mais necessitados” ou naquela dos “mais privilegiados”. Essas ideias não estão necessariamente equivocadas, porém, para a Sociologia, a questão é um tanto mais complexa.

Classe social é um termo usado para dar a ideia de que existem distâncias sociais significavas na sociedade. Isso quer dizer que indivíduos e grupos são diferentes entre si e ocupam lugares diferentes na sociedade. Entretanto, sociologicamente, não se pode falar em classes sociais sem pontuar a existência de relações desiguais entre elas. Na prática, isso quer dizer que há sempre uma relação de dominação entre uma classe e outra. A diferença na possibilidade de acesso ao poder político, ao poder econômico, aos bens culturais, a educação e, outros prestígios valorizados em nossa sociedade, marcam a diferença entre as classes sociais.

A rigor, podemos dizer que as classes sociais só existem e só podem ser compreendidas dentro de seu caráter relacional. Isso significa que uma classe só existe em relação a outra, da mesma forma que você não pode dizer que uma cidade é longe sem ter um ponto de referência para dizer aquilo que é perto. Logo, não se pode falar, por exemplo, em “classe dominante” sem a existência de uma “classe dominada”. A própria sociedade só pode ser entendida enquanto um emaranhado de relações, onde uma coisa só existe em relação a outra. Além disso, as classes sociais são compostas por grupos, famílias e indivíduos, mas existem independentemente de suas vontades, ainda que influencie as formas como esses grupos e sujeitos pensam e como atuam na sociedade.

Se a noção de classe social serve, principalmente, para marcar as distâncias e desigualdades reais que existem entre diferentes partes da sociedade, ela abarca também uma ideia de conflito de interesses. É no pensamento marxista que esses choques foram melhor explorados como questão central para entender a modernidade. Para Marx e Engels a história de todas as sociedades é a história destes conflitos fundamentais, o qual eles chamam de luta de classes. Segundo essa lógica, para compreender a história seria necessário investigar como, em diferentes épocas, as classes mais e menos privilegiadas entraram em confronto para garantir seus interesses. Para o pensamento marxista, na época moderna – que se iniciou após a industrialização e o estabelecimento do capitalismo – esta luta se dá principalmente entre a burguesia e o proletariado. A classe dominante de um tempo, segundo o pensamento marxista, por controlar a economia, controla também todos os outros aspectos da vida social, dominando os aparatos políticos e jurídicos e exercendo seu domínio no campo das ideias, isso é, definindo a ideologia hegemônica.

Entre os dois polos extremos – compostos por dominantes e dominados – encontramos níveis intermediários, onde se encontra o que alguns chamam de classe média. A definição do que é e como se comporta a classe média é também um grande tema de debate da Sociologia, sendo que, em alguns contextos, sua própria definição pode ser alvo de disputa política.

respondido por: lucianaavakin12
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As classes sociais são constituídas por conjuntos de indivíduos que ocupam, num determinado sistema económico, uma situação funcional e uma posição caracterizadas por interesses e comportamentos semelhantes. Distinguem-se entre si pela posição que ocupam num sistema económico historicamente determinado, pela sua relação com os meios de produção, pelo seu papel na organização social do trabalho, pelo modo e a proporção em que percebem a parte da riqueza social de que dispõem.

Para que um grupo seja considerado como classe social, na acepção económica, é preciso que tenha adquirido um papel fundamental na estrutura da produção ou de distribuição e tomado consciência desse papel de acordo com a prática social existente. Isto implica que uma classe social seja definida não só pelo lugar que ocupa na estrutura social, mas também pelo modo de produção onde está inserida e da relação que estabelece com os meios de produção.

A base do conhecimento das classes sociais emerge da actividade económica e do desempenho dos vários grupos sociais que nela participam. É na actividade voltada para a produção social e a repartição da riqueza, que se engendram os grupos colectivos diferenciados e é também aí que assenta o eixo da sua influência sobre o devir da sociedade.

As classes sociais são uma realidade viva que deve ser analisada no espaço e no tempo de acordo com os factos e estruturas sociais em que ocorrem. São, ao mesmo tempo, categorias históricas, porquanto acompanham o desenvolvimento e a evolução das sociedades. São um fenómeno dinâmico, pois modificam-se com as mutações das sociedades e transformam-se como resultado das relações que entre elas se estabelecem. Internamente, ao longo dos tempos, as classes não escapam a mutações internas que determinam, por vezes, comportamentos diferentes. O estudo histórico revela que as classes não se podem comprimir exclusivamente dentro da actividade económica, pois a realidade é naturalmente muito mais vasta. Não se pode negar a existência de outros factores, desde a consciência individual e colectiva à ideologia, que podem alterar a configuração e a maneira de agir duma classe, influir no processamento de factos económicos e no comportamento dos indivíduos na realização quotidiana dos seus interesses.

Em qualquer estrutura de classes opõem-se dois grupos fundamentais de classes: as classes dominantes, constituídas pela aristocracia (soberanos, nobres e clero) e pela burguesia (mercadores, comerciantes, grandes proprietários agrícolas, industriais, banqueiros, chefes militares, empresários, capitalistas); as classes subordinadas (camponeses, artífices, outros produtores, escravos, trabalhadores). Numa posição intermédia encontram-se numerosos grupos profissionais, tais como: trabalhadores administrativos, intelectuais, educadores, etc.

As classes dominantes são, antes de mais, constituídas por grupos sociais com origem na apropriação de excedentes, na divisão social do trabalho, nas desigualdades das condições de existência e relações de poder, e que se diferenciam pelo modo e a proporção em que percebem parte da riqueza social. Detêm os meios de produção e de distribuição essenciais, reúnem os que ocupam posições importantes na vida económica e social e, por conseguinte, controlam o poder político e exercem a sua influência sobre o conjunto da sociedade.

Entre as classes subordinadas situam-se os além dos trabalhadores servis, livres ou assalariados, os escravos (embora estes nem cheguem a ser considerados entes humanos), os produtores individuais e suas famílias, desprovidos de quaisquer direitos e sujeitos ao poder e às determinações das classes de que dependem.

O conjunto das classes intermédias é representado pelos grupos sociais que se caracterizam, nos planos da profissão e do estatuto, por uma posição inserida entre as classes superiores e as classes subordinadas. Estas classes, por princípio, não se baseiam na exploração do trabalho alheio. Envolvem camadas sociais que ocupam um lugar rigorosamente definido nas relações com as classes dominantes como, por exemplo, os trabalhadores administrativos ou a intelectualidade.

Com excepção de algumas comunidades primitivas, todas as sociedades dividiram-se em classes sociais facilmente identificáveis. Entre estas classes existiam barreiras bastante rígidas e quase sempre importantes diferenças de estatuto, tanto sob o ponto de vista económico, como cultural e político. Os indivíduos pertencentes a classes diferentes não eram considerados como iguais, não possuíam os mesmos direitos nem as mesmas oportunidades. A situação social dum indivíduo dependia geralmente da classe a que pertencia e da qual dificilmente se poderia afastar. A educação profissional e o papel a desempenhar na sociedade dependiam mais da classe do que da aptidão pessoal. Às mulheres juntavam-se ainda outros motivos particulares relacionados com a sua posição de dependência na divisão social do trabalho.

Tentei resumir o máximo, espero que ajude.

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