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República, obra do filósofo Platão onde se pode ler a famosa Alegoria da Caverna, “[...] contém em suas páginas o que se poderia chamar de projeto político-educativo, pois toda a argumentação ali posta recai fundamentalmente sobre duas questões: a política na pólis e a educação do cidadão” (MENESCAL, 2009, p. 65). Além disso, através desta alegoria, Platão narra o “[...] processo de ascensão da alma submetida à educação [...] descrito por Platão como um elevar-se para além das experiências sensíveis, e ele o representa através da célebre alegoria da caverna, apresentada no livro VII” (LAZARINI, 2007, p. 41).
A estreita relação entre o projeto educativo e o projeto político de Platão é ressaltada por vários autores, como Tiago Lara (1989), Antônio Soares (1995) e Pierre Hadot (2008), quando este destaca a possibilidade de transformar a vida na polis através da educação filosófica de homens sábios e justos.
A filosofia é filha da polis, sendo assim, a Filosofia é Política, de modo que é impossível a separação dessas duas instâncias. Mas não basta somente o envolvimento nas e com as questões características da vida na polis, antes, é necessário submeter-se a um gradativo e sistemático processo de aprofundamento, o qual não é outro senão o da Educação (RIBEIRO, 2005, p. 83).
Ao elaborar sua uma doutrina política, onde somente os filósofos eternos amantes da verdade, teriam condições de se libertar da caverna, das ilusões dos sentidos e caminhar em busca da sabedoria, Platão imagina uma sociedade ideal, onde seria governada por reis-filósofos, onde essas pessoas teriam todo conhecimento de uma sociedade do bem, pois, aquele que pela contemplação das ideias, conheceu a essência do bem e da justiça deve comandar a cidade. E Platão entende que a educação tem um papel fundamental nesse processo.
Em relação ao projeto educativo do rei-filósofo, significa que esse dirigente, na qualidade de governante da pólis, precisa superar o mundo sensível, logo, superar as aparências, as crenças, a ignorância, a irracionalidade, enfim, o mundo das opiniões, tendo em vista atingir o mundo inteligível (OLIVEIRA, 2015, p. 200).
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