Respostas
Resposta:
Depois da Era de ouro do capitalismo traduzido nos mais de vinte anos consecutivos
de crescimento alto e sustentado pelo regime de produção fordista-keynesiana, as
economias capitalistas centrais entraram em colapso atingindo pífios resultados em termos
de crescimento e combate ao desemprego.
O aprofundamento dessa crise encontra-se em que o fundamento da produção
material da riqueza passou a ser extraído sobremaneira através da base da aplicação
tecnológica da ciência, principalmente após o período do avanço da microeletrônica
iniciada pelos países desenvolvidos, gerando um novo processo de modernização capitalista
ainda em curso.
A revolução industrial começou a ser superada pela revolução científico-técnica
estabelecida no princípio da automação fazendo valer mais uma vez a concepção marxiana
de que as forças produtivas não cessam de destruir as antigas pela criação de novas formas
de a humanidade produzir sua existência material, já que o capital é contradição em
processo.
Sabe-se que o pacto entre capital e trabalho foi sendo rompido ao longo da década
de 1970 concomitantemente com a crise do padrão monetário internacional fazendo surgir
movimentos de reafirmação da hegemonia americana apoiados no ajuste de balanço de
pagamentos do próprio EUA e nas tentativas para manter a diplomacia do dólar forte que,
por sua vez, levaram os demais países da OCDE a formular políticas de reestruturação
industrial, provocando mudanças significativas na divisão internacional do trabalho.
Contudo, para a interpretação marxiana, a revolução científico-técnica situa a
globalização como uma força revolucionária, pois se confronta fortemente com as relações
de produção capitalista. As relações de produção capitalista sempre se basearam na geração
de mais valia. O fator motriz do desenvolvimento do capitalismo como sistema mundial foi
sua capacidade de produzir de maneira ampliada a mais-valia.
O processo de modernização capitalista expresso na revolução científico-técnica
inverte o sistema de geração de produtividades da revolução industrial e estabelece um
sistema onde a produtividade depende do aumento relativo do valor da força de trabalho e
não de sua redução. Cria-se, assim, uma grande dificuldade para o capitalismo incorporar
esta revolução científico-técnica, posto que se torna ameaçada a taxa de mais-valia. A
incorporação da força de trabalho qualificada passa a exigir então condições muito
particulares, como a sua superexploração, que empurra os seus preços para abaixo do valor
e a viabiliza.
O capitalismo não consegue transformar massivamente o trabalho físico e intensivo
em trabalho qualificado, motivo pelo qual uma das expressões dessa transição inconclusa
ser o desemprego em larga escala que nivela os preços da força de trabalho abaixo do valor.
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