(FRBA)
Na Idade da Pedra
Aumentam as denúncias de crimes contra a Mulher. Paradoxalmente, essa é uma boa notícia. O fato de a média mensal dos registros policiais de ataques a mulheres ter crescido 43,7% entre 1999 e 2001 sugere, antes de mais nada, que as mulheres estão perdendo o medo de apresentar queixas contra seus maridos ou companheiros. Não há razões para supor que, nesse período, o número de agressões tenha crescido significativamente.
Na verdade, é difícil quantificar o tamanho do problema da violência contra a mulher. Esse é um terreno em que as estatísticas são, por definições, precárias.
Embora a violência contra a mulher possa ocorrer em qualquer classe social, entre as mais pobres os episódios tendem a tornar-se particularmente perversos. Para a mulher de baixa renda, a agressão não se resume à pancada e a suas consequências físicas e psicológicas. Há também o dia de trabalho perdido.
Especialistas gostam de tratar a violência contra a mulher como uma doença. Por essa análise, a violência teria características epidêmicas e seria contagiosa. Quadros de crise econômica tenderiam a facilitar a sua propagação. Se o marido perde o emprego, terá mais “razões” e oportunidades de bater na mulher. O filho do casal, ao observar o pai maltratando a mãe, poderá reproduzir esse comportamento no futuro.
O fenômeno da violência não é novo. Infelizmente, parece também “incurável”. O fato de não ser possível eliminar do mundo as pessoas violentas não impede que poder público e sociedade civil criem mecanismos que permitam à mulher que é vítima do companheiro abandonar o inferno em que se encontra.
Aqui é necessária uma abordagem multidisciplinar, que ofereça amplo atendimento médico, jurídico e de apoio social. A criação das delegacias da mulher foi um passo importante. O auxílio de ONGs dedicadas ao problema tem sido precioso. É preciso, porém, avançar muito mais. É inconcebível que, em pleno século 21, uma de cada três mulheres ainda seja vítima de violência. Essa é uma cifra da Idade da Pedra que deveria causar revolta a qualquer grupamento humano que se pretenda civilizado.
(FOLHA DE S.PAULO. Domingo, 10 jun. 2001. p. A 2. Editorial.)
Quanto à predicação, evidenciam transitividade direta as formas verbais:
( ) “aumentam”
( )“sugere”
( )“resume”
( )“Há”
( )“gostam”
( )“foi”
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Evidenciam transitividade direta as formas verbais:
(X) “aumentam”
(X) “sugere”
(X) “resume”
(X) “Há”
Verbos transitivos diretos são aqueles que regem complemento que não são introduzidos por preposição.
Os verbos aumentar, sugerir, resumir e haver são transitivos diretos por isso.
Veja os complementos desses verbos no texto:
"Aumentam as denúncias"
"sugere (...) que as mulheres estão perdendo..." (sugere isso)
"a agressão não se resume à pancada"
"Há também o dia de trabalho perdido."
Esses complementos são diretos, pois não há preposição que os introduz.
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