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Desestimulante e desgastante. Essas são as palavras que refletem a realidade do sistema educacional brasileiro que, por se tornar cada vez mais desinteressante aos alunos e pela precariedade quantitativa de unidades educacionais, vem gerando uma crescente taxa de evasão escolar. Por isso, é essencial analisarmos os problemas para posteriormente solucioná-los.
É indubitável que a falta de unidades educacionais públicas, em regiões afastadas das grandes capitais, é uma das vertentes do problema. É comum vermos, em documentários e reportagens sobre educação, crianças amazonenses que acordam muito cedo para pegar barcos e andar muitos quilômetros a pé até chegarem à escola. Com essa situação, não seria nada surpreendente que muitas delas largassem os seus estudos e fossem trabalhar em atividades precárias pois fazem muito esforço para ter um direito que o Estado deveria garantir.
Além disso, o desinteresse que as escolas geram nos alunos contribui para a manutenção e o crescimento das taxas de evasão escolar. Alguns dos fatores que contribuem para essa situação são: o fato de o currículo brasileiro escolar ser excessivo – com muitos assuntos que poderiam ser aprendidos apenas no ensino superior – e a presença de muitos professores não comprometidos com o seu dever de educar. Isso, ao longo do tempo, gerou a situação que encontramos hoje onde cerca de 2,5 milhões de jovens estão fora da escola sendo, maior parte destes, aqueles que pararam no ensino médio.
Vista a questão da evasão escolar no Brasil, medidas são necessárias para resolver o problema e para conter o seu avanço. O Governo deve, portanto, elaborar políticas públicas de incentivo a permanência dos alunos nas escolas e para isso devem construir novas unidades educacionais para que mais pessoas tenham acesso à educação. É imprescindível que os diretores e professores de escolas públicas, junto ao Ministério da Educação, tenham reuniões constantes para decidir o que deve ser editado do currículo nacional de educação e como podem torná-lo menos cansativo e mais atrativo para os alunos. É importante também que o Governo, ainda, e a sociedade incentivem a formação de educadores a partir do reconhecimento do grande e importante papel que este desempenha e é preciso também que, aos poucos, esse reconhecimento venha a partir de melhores salários e condições de trabalho. Só assim poderemos ter uma sociedade melhor pois, como dito por Paulo Freire, “se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.
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