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Até bem pouco tempo, a música caipira estava restrita ao universo rural brasileiro. O sertanejo universitário se diz remanescente da música caipira. De fato, a estrutura guarda algumas semelhanças: duas vozes se sobrepondo, sanfona, perda do grande amor e traição. No final dos anos de 1980, a música sertaneja tomou grande parte do espaço da música caipira e ganhou a periferia dos nossos grandes centros urbanos. Nos anos 2.000, o sertanejo – dizem – ganhou o ambiente universitário. O sertanejo dito universitário manteve algumas características da música caipira. Contudo, absorveu outros elementos da cultura urbana e consumista: mulheres vadias e loucas por carrões, celulares, silicone, homens safados, bombados e viris. Meus pais só ouviam música caipira. Quando ingressei no ensino fundamental e médio tive contato com a boa literatura brasileira. Li Dom Casmurro. Escutava Chico, Caetano e Tom. Ao chegar na universidade, aprofundei ainda mais meu gosto musical, literário e intelectual. O sertanejo universitário tem a característica de ser uma música de fácil absorção: estrofes com rimas fáceis, melodias indo e voltando no mesmo refrão, movimentos repetitivos, traição e perdas amorosas. Tudo regrado a emoções baratas, clichês e dramas passionais. Enfim, pouquíssima criatividade, quase nenhuma poesia e zero de crítica social. O sertanejo universitário parece manter a tradição de ser uma estilo musical voltado para o público menos alfabetizado. Fico assustado em saber que Anita foi escolhida a melhor cantora do Brasil em 2015. Fico indignado com a expressão UNIVERSITÁRIO atribuído à música sertaneja. Fico abismado quando vejo duplas sertanejas se apresentando em calouradas universitárias
Explicação:
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