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Romantismo
O Romantismo foi um movimento cultural que representou a ascensão dos valores da burguesia no final do século XVIII e durante parte do século XIX.
O Romantismo foi o principal movimento estético do final do século XVIII e início do século XIX. O romance Os sofrimentos do jovem Werther, do alemão Goethe, é considerado a primeira obra romântica publicada. Não obstante, o movimento espalhou-se por toda a Europa e pelas então colônias, tais quais o Brasil. Podendo ser definido como a arte da nova burguesia, que ascendia ao poder, o Romantismo foi uma arte complexa, diversificada e rica.
Contexto histórico na Europa
O Romantismo foi um movimento cultural que nasceu em um momento de grandes rupturas na Europa. O pensamento iluminista gerou uma ideologia liberal, contrária às políticas absolutistas que vigoravam até então. A burguesia tornava-se cada vez mais a classe social dominante, substituindo as monarquias por meio de diversos processos revolucionários em todo o velho continente – a Revolução Francesa é um dos maiores exemplos desse período. Nesse contexto, a arte romântica representou o pensamento da nova classe que surgia, apresentando novos princípios éticos, morais e estéticos.
Contexto histórico no Brasil
Assim como na Europa, nas antigas colônias, tais quais o Brasil, movimentos contrários à submissão imposta pelas metrópoles surgiam – um exemplo é a Inconfidência Mineira – durante os anos que antecederam o Romantismo.
Em verdade, no período romântico brasileiro, que compreende boa parte do século XIX, pode-se perceber a descolonização do país, em 1808, e sua independência, em 1822. Além disso, é importante dizer que a libertação dos escravos, em 1888, e a Proclamação da República, em 1889, são fatos históricos relacionados à cultura romântica.
Principais características do Romantismo
Ao observar o contexto histórico do Romantismo, é possível perceber que, tanto na Europa quanto no Brasil, os tempos eram de revolução. Os antigos poderes – lá, os reis absolutistas; aqui, os colonizadores – eram questionados pelas novas gerações, que concebiam o mundo por novos parâmetros.
Assim, fica claro, em todo o Romantismo, um forte teor nacionalista em suas produções artísticas, seja pela exaltação da natureza nacional, como faz Gonçalves Dias no poema Canção do exílio, seja pelo resgate de ícones nacionais, como os índios em romances de José de Alencar, seja ainda pela retomada de estilos, formas e ritmos típicos do passado nacional, conforme se verifica no Romantismo europeu, que resgata vários elementos medievais em suas obras.
Além do nacionalismo, é notável uma intensa busca por liberdade nas práticas artísticas do Romantismo. As formas clássicas foram, senão abandonadas, reformuladas e criticadas por muitos românticos. Em substituição, a liberdade de criação era uma das maiores máximas do movimento. Os sentimentos, em livre expressão, seriam os condutores ideais para criar nesse novo momento.
A visão particular do mundo, marcadamente egocentrista, passou a vigorar, e até mesmo a natureza deixou de ser um simples cenário e passou a ser uma espécie de extensão do "eu". Nesse sentido, inclusive, é notável, por exemplo, que um personagem em profunda tristeza, tal qual Werther (do livro Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe), momentos antes de cometer suicídio, é circundado por uma natureza violenta, noturna e chuvosa. A tempestade externa, de alguma forma, era uma continuação da tempestade interna vivida pela personagem no momento.
Por fim, é importante lembrar que a fuga da realidade também foi uma constante nas obras românticas, por meio da morte, do sonho, da imaginação ou da loucura. É comum encontrar personagens e sujeitos líricos dessa estética tentarem escapar do real, haja vista que não conseguem se reconhecer e se adaptar na realidade que vivem.
Romantismo no Brasil
A chegada da família real ao Brasil provocou profundas mudanças culturais no país. Com forte tendência nacionalista, o indianismo de José de Alencar e Gonçalves Dias são algumas dessas mudanças, haja vista que ali uma nova mitologia nacional foi pensada.
Além disso, notam-se o egocentrismo sentimentalista europeu tendo eco em artistas como Álvares de Azevedo, bem como o discurso humanitário, em prol dos oprimidos, comum nas narrativas do francês Victor Hugo, também aqui presente em poetas como Castro Alves.
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