Respostas
Resposta:
A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder.
Explicação:
A economia medieval durante a Alta Idade Média (séculos V-X) passou pelas alterações impostas pela crise do Império Romano. Segundo o que diz o historiador Hilário Franco Júnior|1|, nesse período, houve baixa produtividade, poucos bens de consumo, comércio extremamente tímido e pequena circulação de moedas.
A produtividade baixa foi consequência direta do processo de diminuição populacional que a Europa viveu com a desagregação do Império Romano. Essa redução populacional afetou não somente a produção agrícola, como também a produção artesanal. Assim, a falta da mão de obra gerou uma carência refletida diretamente na capacidade produtiva do período.
Com uma produção baixa, voltada quase exclusivamente ao consumo próprio, o comércio sofreu um forte impacto, pois havia pouco excedente para ser comercializado. Eventualmente, sobravam produtos de um domínio (grande propriedade agrícola) para o comércio com domínios existentes nas proximidades. Porém, em geral, esse excedente comercial, tanto agrícola como artesanal, era baixo na Europa Ocidental.
Com um comércio extremamente tímido, o uso da moeda perdeu força. Assim, a moeda, segundo Franco Júnior|2|, conservou apenas a função de reserva de valor, que poderia ser utilizada em momentos de necessidade. Portanto, o baixo uso da moeda esteve diretamente relacionado com a falta de excedentes para a comercialização.
Um aspecto importante sobre esse período – e geralmente pouco abordado – foi a existência de escravos na Europa Ocidental. No entanto, havia pouca quantidade de escravos e, por isso, a escravidão foi considerada fraca nessa região. Aponta-se a existência de escravos em algumas partes da Europa, como Inglaterra e Alemanha.
A economia na Baixa Idade Média: o renascimento comercial
A partir do século XI, a Europa sofreu um processo de crescimento populacional. Isso resultou em mais mão de obra disponível para o trabalho agrícola. Além disso, esse continente ampliava suas terras produtivas desde o século X com a derrubada de florestas. Esses dois fatores em conjunto (aumento populacional e aumento das terras produtivas) permitiram um aumento produtivo.
Esse crescimento da produção europeia, na Baixa Idade Média, foi resultado também de uma série de inovações técnicas no cultivo agrícola. O desenvolvimento do sistema trienal, por exemplo, possibilitou um aumento na produtividade do solo de 50% para 66%|3|. Nesse sistema, as terras produtivas eram divididas em três grandes lotes: dois eram cultivados e o terceiro lote descansava durante um ano. Isso permitia ao solo recuperar os nutrientes e manter sua fertilidade. Além disso, houve melhorias nas técnicas de arado do solo com a utilização da força animal.
Esses fatores, portanto, resultaram no aumento da produção agrícola, o que possibilitou o uso do excedente comercial e incentivou o fortalecimento do comércio. As atividades comerciais também foram impulsionadas pelo crescimento da produção artesanal, como consequência do aumento populacional e do número de pessoas que abandonaram o trabalho agrícola para se dedicar a ofícios artesanais. Com o comércio mais forte, renovou-se a necessidade na Europa Ocidental por moeda. Do século XIII em diante, foram registrados locais que cunhavam moedas para o pagamento das mercadorias.
Surgiram ainda dois grandes polos importantes de transporte de mercadorias: o eixo mediterrânico, no qual as cidades italianas de Veneza e Gênova controlavam o comércio de mercadorias na Itália e em regiões próximas, e o eixo nórdico, controlado pela Liga Hanseática. Essa liga representava um grupo de cidades alemãs que se uniram em defesa de seus interesses comerciais.
Os mercadores do eixo mediterrânico e do eixo nórdico possuíam como ponto de encontro as feiras anuais realizadas na região de Champagne, na França. Lá, os mercadores possuíam salvo-conduto dos nobres, isto é, poderiam comercializar sem a necessidade de pagar impostos e com segurança garantida.
O desenvolvimento comercial resultou no surgimento de uma nova classe social na Europa: a burguesia. Com o fortalecimento dessa classe, ela passou a rivalizar com os nobres e a Igreja pelo poder sobre as grandes cidades europeias. A economia medieval sofreu forte impacto com a Crise do século XIV, da qual só se recuperou a partir do século XV.