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Nietzsche e a Comunicação [ou, o tornar Comum]
Nietzsche merece um dos postos mais altos como psicólogo! Com seus escritos os falsos problemas vieram abaixo. Levando seu pensamento adiante, podemos dizer que quebrar ídolos com pés de barro e anunciar novos valores pode ser também nossa tarefa aqui neste espaço. Então, juntamente com Nietzsche, vamos desmontar a linguagem e a comunicação para remontá-la ao fim deste texto com algumas das características que achamos mais interessantes.
Já desmontamos o primado da consciência ao tratar do atomismo psíquico, e sabemos da importância disso. Neste ponto, a modernidade não pode passar sem Nietzsche, e Freud sabe muito bem disso. A consciência não pode mais ser pensada com atributo essencial do ser humano, ela é nova demais, um instrumento que ainda precisa ser afinado (ou será que não?). A filosofia de Nietzsche aponta novos caminhos: o corpo, as vontades, o conjunto fisiopsicológico. Os pensamentos brotam, isto está claro, eles vêm e percebemos que somos apenas uma vereda pela qual eles passam.
Mas o homem moderno está muito apegado ao seu Eu. Este já tornou-se sua condição de veracidade: “eu penso, logo existo”. O apego à verdade tornou-se nosso último instrumento de fé. Ou seja, é preciso quebrá-la também. A que ponto queremos somente a verdade? Em que medida temos medo de enganar e sermos enganados? A vida que degenera está repleta de ressentimento, por isso pede por asilo e descanso, mas é preciso deixar a conservação tão logo a vida encontre meios para superar-se! Não devemos apegar-nos à vida fraca! Para nós, a ditadura da verdade mata o devir, ela ainda é necessária tanto quanto a inverdade, a ilusão. A verdade é tão somente a sensação de que a Vontade de Potência aumenta.