Respostas
Resposta:
Quando se trata de textos informativos, como por exemplo, os jornalísticos, notamos que os mesmos são permeados por uma linguagem clara, objetiva e dinâmica, pois a intenção é única e exclusivamente informar ao leitor sobre fatos decorrentes do universo social, sejam eles polêmicos ou não. Portanto, não é permitido nenhum juízo de valor, nem tão pouco, comentários pessoais por parte do emissor.
Todavia, ao nos depararmos com textos poéticos e com outros ligados à linguagem publicitária de um modo geral, não identificamos essa mesma característica. Ao contrário, notamos que a linguagem revela emoção, subjetividade, proporcionando espaço para múltiplas interpretações por parte do leitor.
Trata-se de alguns recursos empregados pelo emissor, nos quais o objetivo é conferir maior expressividade à mensagem, ornamentando-a para justamente realçar a beleza do ato comunicativo.
Tais recursos são denominados de linguagem figurada, conotativa, ou seja, aquela que se difere do seu sentido denotativo, prescrito no dicionário. Desta forma, o autor instaura um jogo de palavras apostando no emprego de acréscimos, supressão, repetição de termos, entre outros.
Todos realizados de maneira intencional, para atingir os objetivos por ele pretendidos.
Com o objetivo de ampliarmos nossos conhecimentos sobre o referido assunto, vejamos alguns exemplos e suas respectivas características:
Figuras de Sintaxe
Elipse
Consiste na omissão de um termo tendo em vista que este já faz parte da inferência do interlocutor, permitindo, portanto, a compreensão da mensagem:
Fiquei ansiosa para saber o resultado do concurso.
Podemos perceber que houve a omissão do pronome pessoal (Eu).
Zeugma
Sua característica pauta-se também por omitir um termo, porém o mesmo vem expresso anteriormente na oração:
Kátia e sua prima foram ao cinema, Marília e Cibele não.
Notamos que houve a omissão do termo (não foram).
Polissíndeto
Ocorre a repetição sequencial de conectivos, geralmente do “e”.
Os garotos chegaram e começaram a lanchar e subiram para assistir ao filme e depois saíram para o passeio ciclístico.
Assíndeto
Ao contrário do polissíndeto, há a supressão do conectivo:
Estudava pela manhã, trabalhava à tarde, fazia aula de canto à noite.
Pleonasmo:
Consiste no emprego desnecessário de um termo, uma vez que este já foi anteriormente mencionado:
Eu a vi com olhos de admirador apaixonado.
Silepse:
Figura que retrata a concordância com a ideia exposta na oração, não com as palavras explícitas na mesma:
Silepse de pessoa:
As crianças somos o futuro da nação.
Note, portanto, que há discordância entre o sujeito e a pessoa verbal.
Silepse de número:
A multidão chegaram aflitos para assistir à carreata.
Silepse de Gênero:
Vossa Excelência parece nervoso.
Anáfora:
Consiste na repetição sequencial de um termo para reforçar a ideia na oração:
O amor tudo suporta, o amor tudo crê, o amor tudo perdoa.
Figuras de palavras:
Metáfora:
É uma comparação oculta que consiste no emprego de uma palavra em lugar de outra, tendo em vista a relação de semelhança entre ambas:
Sua boca é um cadeado
E meu corpo é uma fogueira.
Comparação:
É uma comparação explícita entre as palavras por intermédio da conjunção comparativa:
Sua boca é como um cadeado
E meu corpo é como uma fogueira.
Antítese:
Como o próprio nome já diz, a figura consiste no jogo contrário de ideias:
Eu adoro o dia, mas admiro a noite.
Contemplo o sol, enalteço a chuva.
Metonímia
É a substituição de uma palavra por outra, estabelecendo uma relação de sentido entre ambas:
Adoro ler Machado de Assis. (a obra)
Figuras de pensamento:
Eufemismo:
É o emprego de uma expressão com o objetivo de suavizar a mensagem, diversificando-a do seu sentido literal:
Meu amigo entregou a alma a Deus. (para não dizer: Meu amigo morreu!)
Hipérbole:
Consiste no exagero intencional atribuído ao sentido das palavras:
Aquele garoto é um poço de ignorância
Chorarei um mar de lágrimas até que você volte.
Personificação ou prosopopeia:
É o emprego de características humanas a seres inanimados:
O mar está mostrando a sua face mais bela.