• Matéria: Artes
  • Autor: vyamairadsm
  • Perguntado 7 anos atrás

Quais as principais mudanças que o cinema sofreu

Respostas

respondido por: isabellacoelho18
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ExplicDesde a invenção do cinematógrafo pelos irmãos Lumière, em 1895, o que conhecemos atualmente por cinema já passou por provações ao longo de sua história. Por ser um meio de comunicação para as massas e fruto de um trabalho coletivo, ele já foi visto com desconfiança por algumas camadas da sociedade, que o acusavam de uma suposta ausência de atributos artísticos e de uma linguagem simples. De lá para cá, a consolidada sétima arte respondeu com atualizações nas formas exibição e na relação com o público, dentro e fora das tradicionais salas escuras.

Se o cinema podia ser resumido a filmes de longa-metragem, produzidos em película, que seguiam um processo próprio, a cena contemporânea mudou essa definição, como explica a doutora em Comunicação e Cultura e professora da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, Simone do Vale: “agora que tudo é bit, que tudo é digital, não tem mais uma diferença antológica na questão da própria origem da forma cinema”. Mesmo com essas mudanças, a produção cinematográfica segue marcada por processos industriais, que não diminuem em nada a sua potência como arte: “nem só o autoral, nem só o de bilheteria. O cinema tem várias vocações. Entreter não é um pecado, não compromete a arte”.

Ainda que essa discussão persista, a evolução tecnológica permite outras problematizações. Simone diz que, apesar da popularização das plataformas digitais, que transmitem filmes via transferência de dados (streaming), o cinema segue relacionado ao circuito das salas de exibição: “quando a gente assiste a um filme na internet, você sabe que não está vendo cinema, porque você não está na sala, com a tela, junto com uma plateia, em uma sala escura. A experiência é o que define, cinema é aquilo que você experimenta na sala de exibição”, sintetiza.

Antes de chegar às plataformas digitais, as próprias salas passaram por adaptações. Se antes havia um projetor para cada ambiente, por ser economicamente mais viável, essa forma convencional de assistir aos filmes foi otimizada, sob a perspectiva comercial, pelas salas multiplex, em que um único aparelho é capaz de transmitir filmes diferentes para mais de um espaço. De acordo com dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), o país tinha 3.223 salas em 2017, com a quase totalidade, 89,3%, localizada em shopping centers. A professora acredita que a diminuição dos cinemas de rua é uma tendência global relacionada à especulação imobiliária e às crises que essa indústria sofreu ao longo do tempo. Moradora de Niterói (RJ), ela diz ainda se lembrar de “quando as pessoas saíam em peregrinação pelas ruas, como a Coronel Moreira César, paralela à quadra da praia de Icaraí, onde havia um cinema por quarteirão”.

O professor do curso de Jornalismo Cultural da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Fábio Iorio, defende que a experiência do cinema ainda é diferente das demais, com o seu espaço e o seu lugar, mesmo que as salas estejam em áreas de consumo: “para você ir até um lugar ver um filme, gastar dinheiro, você faz disso um grande acontecimento. Por isso que dentro do shopping há mais apelo, porque as pessoas vão até lá por um conjunto de motivos, não é apenas pelo cinema”.

A capital paulista reúne a maior quantidade de salas entre as cidades brasileiras, com um total de 347, as quais 87,6% em shoppings, segundo a Ancine. Sinal dos tempos, um cinema localizado em um centro comercial a céu aberto no Itaim Bibi oferece seis salas digitais, poltronas espaçosas e reclináveis, com distância maior umas das outras, menos lugares por sala e bandeja retrátil para apoiar as guloseimas. Na bombonière, o cardápio inclui pipoca com sabor, cerveja e sorvete. “É um público ávido por conforto, luxo e exclusividade. Além disso, é um hábito de consumo vir ao cinema e depois sair para jantar”, diz a gerente de marketing da rede, Patricia Cotta.

A mudança no formato de transmissão foi acompanhada de uma nova dinâmica na recepção do público e na motivação de ir ao espetáculo. Os diferenciais oferecidos pelas ditas salas vip e a promessa de diversão podem competir com a própria narrativa dos filmes. “Estamos vendo agora o que os franceses viram em 1895, 1896, que é o cinema de atrações [que buscava surpreender o espectador], que sempre permeou a história do cinema”, diz Simone, otimista com as novas experiências, como as poltronas que vibram e a exploração dos sentidos, a partir de elementos como movimento, água, cheiro, vento e iluminação: “alguém que não pode ver ou escutar pode experimentar a narrativa com toda essa mecânica. O importante é que a experiência de ir ao cinema seja preservada”.

respondido por: minsilvhs
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A imagem de cor preta e branca para a de hoje em dia, antigamente era no céu aberto é só de noite, a parada de fita e dvd
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