Respostas
Lélia Gonzalez parte de Aristóteles e a teoria do lugar natural, para construir seu conceito de divisão racial do espaço físico, onde ao longo da história do Brasil, brancos e negros não partilham das mesmas localizações físicas e geográficas, tipos de construções e situações de segurança.
Em sua publicação “Lugar de negro", com Carlos Hasenbalg, destaca: “Desde a época colonial aos dias de hoje, a gente saca a existência de uma evidente separação quanto ao espaço físico ocupado por dominadores e dominados. O lugar natural do grupo branco dominante são moradias amplas, espaçosas, situadas nos mais belos recantos da cidade ou do campo e devidamente protegidas por diferentes tipos de policiamento: desde os antigos feitores, capitães do mato, capangas, etc., até a polícia formalmente constituída. Desde a casa-grande e do sobrado, aos belos edifícios e residências atuais, o critério tem sido sempre o mesmo. Já o lugar natural do negro é o oposto, evidentemente: da senzala às favelas, cortiços, porões, invasões, alagados e conjuntos “habitacionais” (cujos modelos são os guetos dos países desenvolvidos) dos dias de hoje, o critério também tem sido simetricamente o mesmo: a divisão racial do espaço.”
Bons estudos!