Respostas
E isso é surpreendente também porque os modelos de origem e expansão Tupi, e
as considerações sobre as relações entre esses grupos e outros - como os da
chamada Tradição Policroma da Amazônia – foram construídos em grande parte
com base em material proveniente de contextos funerários. Pois mesmo quando
não é conhecido que os artefatos de coleções e acervos de museus são de fato
funerários, sabe-se, através das escavações que já foram realizadas em sítios
Tupi, que é muito mais provável se encontrar vasilhas inteiras quando essas
eram de contextos assim, já que, em geral, não eram totalmente quebradas pelo
uso cotidiano e havia uma preservação diferenciada de seu local de deposição
por ser um local funerário. De acordo com Almeida (2013), uma das bases para
a relação que Lathrap e Brochado fizeram entre grupos Tupi e a Tradição
Policroma estava na existência de sepultamentos secundários em urnas tanto
nessa tradição quanto na Tupiguarani. Porém, argumentamos que não há sequer
algum tipo de comprovação de que os grupos englobados pela Tradição
Tupiguarani – desmembrada em Tupinambá e Guarani – tinham o sepultamento
secundário em urnas como predominante. Além disso, também não se sabe se os
mencionados sepultamentos secundários policromos ou tupiguarani resultaram
de gestos funerários e concepções semelhantes.