historia : em sua opinião, as religiões atuais são tão influentes quanto foram no passado ? debate com seus colegas
Respostas
Sob meu ponto de vista, as religiões, atualmente, possuem influencia sobre a sociedade muito menor do que no passado. Essa redução no poder sobre a sociedade e o indivíduo se explica devido a perda de funções da religião. Atualmente podemos entender que a principal função da religião na sociedade seja dar consolo, conforto (refrigério) para nossa alma; ou seja, amenizar a angústia de condições inevitáveis como a morte própria (com a perspectiva de passagem para a vida eterna) ou de nossos entes queridos (com o conforto de saber que eles foram para um lugar melhor, ou estão conosco ainda). Entretanto nem sempre foi assim. Durante a maior parte da história o papel da religião se confundia com a ciência (ao explicar a origem das coisas, dos seres e dos fenômenos naturais), e com o próprio poder político (basta lembrar de como era composta a pirâmide social na idade média, com o poder político sendo compartilhado com o clero). Até o início do século passado, a igreja era responsável por muitas das funções do estado, como registro civil (registro de batismo que valia como certidão de nascimento).
Nos tempos atuais, a ciência acabou substituindo em grande parte a função "ciência" da igreja; vemos que o darwinismo (ou evolucionismo) hoje é amplamente aceito, concorrendo com o criacionismo. Houve da mesma forma uma separação formal entre a igreja e o Estado (estado laico) na imensa maioria dos países, e a religião perdeu o poder político. Salvo em países considerados "estados eclesiásticos", como o Irã (aonde ainda se mantém a fusão da igreja com o Estado), o papel político da igreja é mínimo. Outras atividades (como por exemplo a medicina, que era exercida em forma de Santas Casa, ou casas de caridade) foram assumidas pelo governo, com o advento do SUS.
Sendo assim, concluimos que resta à igreja sua função fundamental de nos fornecer consolo e conforto para as questões primordiais da existência humana, diminuindo fortemente sua influência. É inquestionável, entretanto, que raríssimos seres humanos seriam capazes de viver e suportar o fardo da vida sem Deus em seu íntimo, já que a ciência e a tecnologia nem sempre vão nos confortar quanto passamos por situações como um câncer, a morte de nossa mãe, ou mesmo doenças incuráveis.