A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de partida da na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Explique o significado filosófico da frase: “Só sei que nada”
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Todo grande filósofo possui uma frase que tornou-se popular a ponto de ultrapassar o restrito círculo dos letrados e estudiosos da filosofia. Da mesma forma que Nietzche tornou popular a infame alegação de que Deus está morto, Sócrates muitas vezes é lembrado por essa única frase: Só sei que nada sei. Esta frase, cuja complexidade em muito extrapola suas cinco palavras, já expõe a condição de filósofo do pensador: Contraria a mais básica lógica, sendo portanto conhecida como "o paradoxo socrático", já que se ele sabe que nada sabe... pelo menos alguma coisa ele sabe, não é? Assim, tais palavras, aparentemente contraditórias, tiveram o exato efeito que desejou o filósofo: incitar o questionamento. Como poderia, o mais sábio homem de atenas alegar que nada sabe? Pois é exatamente este o método socrático: incitar o questionamento, a dúvida, fazer com que o próprio aluno, mediante uma sequência de perguntas, encontre suas respostas.
Somente o tolo acredita que sabe tudo; sendo a prepotência e a presunção de omniconhecimento típica daqueles que muito pouco sabem. Assim, entendemos que quanto mais estudarmos, mais saberemos sobre as ramificações e variantes da verdade, saberemos que muito pouco pode se afirmar com toda certeza. Podemos fazer uma analogia do paradoxo socrático com outro paradoxo encontrado na geografia, o "paradoxo da costa": ao se fazer medições da extensão da costa de um país: quanto menor o tamanho da régua, maior será o tamanho da costa, tendendo a infinito.
Da mesma forma, quanto mais nos aprofundarmos no conhecimento, mais descobriremos novas coisas das quais nada sabemos. Assumir a ignorância nada mais é do que o primeiro passo para nos tornarmos sábios.