Leia o texto a seguir, sobre os movimentos de contracultura A partir de 1961, surge a contracultura americana, que clama por uma cultura alternativa, construída sobre a contestação e sobre uma ideologia revolucionária nem sempre inspirada no socialismo ou no marxismo. O pacifismo, o terceiro-mundismo, drogas, liberação sexual e combate ao racismo foram alguns dos temas que fizeram parte da contracultura americana e dos movimentos jovens espalhados pelo mundo em toda a década de 1960. Desde a década de 50 a geração Beat \beatnik] denunciava a instituição americana, o am eiican w ay o f life, condenando os valores tradicionais da vida americana. Dylan Thomas foi um dos precursores deste movimento. No entanto, a primeira obra considerada realmente B eat foi On the Road (1957) de Jack Kerouac, cujos temas básicos são as experiências de um grupo com alucinógenos, jazz, sexo etc. Kerouac participou ativamente das questões políticas e sociais de seu tempo, tal como o problema do racismo. (...) A atmosfera de protesto criada nos Estados Unidos, principalmente na costa leste — onde os jovens queimavam em público a convocação para o serviço militar — encontrou no rock a forma mais acabada de expressão de uma geração. A música inicialmente folk de Bob Dylan, juntamente com Joan Baez, inspirada na geração Beat deu alma à rebelião que estava em curso, com letras sempre engajadas. Estava colocada para os rebeldes a necessidade da mudança, de livrar-se de um passado indesejado, em que negros não podiam frequentar a mesma escola que brancos, o sexo não era livre e as mulheres tinham uma posição inferior em relação ao homem. As reivindicações femininas passavam pela liberdade sexual, contracepção livre, legalização do aborto, legislação para o estupro e igualdade entre homens e mulheres. Durante as manifestações ocorriam diferentes formas de protesto contra a guerra e o modo de vida americano. Em Chicago, em 1968, militantes tomaram de assalto a convenção do Partido Democrata para contestar sua posição sobre a Guerra do Vietnã, ao mesmo tempo que mulheres queimavam publicamente seus sutiãs e perturbavam a solene cerimônia de coroamento da M iss América. (...) Enquanto os Beatles vinham com uma receita nova com composições simples e ajuizadas, os Rolling Stones, The Animais, John Mayall e outros buscavam recuperar o rock’n'ioll dos anos 50 e o blues de Chicago com uma forma rebelde e inovadora. Na Inglaterra surgiram outros grandes nomes do rock nos anos 60, principalmente através do rock m od, estilo típico de jovens operários ingleses ou desempregados dos grandes conjuntos habitacionais de Londres. (...) O grupo m od The Who foi o primeiro a simular cenas de violência no palco, quebrando guitarras e amplificadores no final dos shows. A partir da grande renovação ocorrida no rock inglês, surgiu uma nova geração também nos Estados Unidos. (...) Jimmy Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison, lider do grupo The Doors, que dizia: "Nós queremos o mundo e o queremos agora". Neste mesmo clima surgiu o movimento hippie, que nasceu no Golden Gate Park em São Francisco em um concerto público, em que o uso de drogas, visto como uma libertação do espirito, foi muito intenso. O movimento hippie também foi chamado de flower pow er (poder das flores), que representa o pacifismo. Este movimento também nega qualquer forma de repressão ou controle social, mas expressa-se de uma forma diferenciada dos beats. Com um discurso menos agressivo, enfatizavam o mundo das cores, slogans pacifistas, o contato com a natureza e a vida ao ar livre e comunitária. (...) A rebeldia também se fez presente na França de 1968, quando milhares de jovens universitários promoveram uma verdadeira revolução a partir do mês de maio. A questão não era econômica, uma vez que a França encontrava-se em situação estável. Tratava-se de uma revolta contra os hábitos sociais estabelecidos. Protestava-se contra o ensino tradicional, mas mais do que isso contra o sentido da carreira, da formação técnica, a hierarquia e contra a reforma universitária que queria formar técnicos segundo os interesses do Estado. Contestar a estrutura universitária significava contestar a própria forma de existência social, uma vez que era a partir daí que se traçavam os planos de futuro. Havia também um sentido de solidariedade entre os movimentos de protesto que se desenvolviam nos Estados Unidos e em outras partes do mundo. Os estudantes franceses distribuíam flores aos policiais antes de serem alvejados por bombas de gás lacrimogêneo, lembrando o flower power. Nos Estados Unidos, os estudantes faziam passeatas contra a repressão aos estudantes na França. (CATELU . R o b erto . O m u n d o c o n te m p o râ n e o . S ão Pauto: D BA A rte s G ráficas. 1993. p. 9 6-7; 99-100). a) Explique o que foi a contracultura estadunidense. b) Cite exemplos apresentados no texto de manifestações de reivindicação da década de 1960. c) O que diferenciava os ideais dos hippies dos ideais da geração Beat?
Respostas
a. A contracultura estadunidense compreendeu um movimento de libertação e contestação dos elementos inerentes à década de 1960. Assim, foi essencial para o rompimento de padrões que eram anteriormente estabelecidos.
b. No texto, nota-se a citação a do protesto à ideia de hierarquia e à formação universitária.
c. O movimento hippie celebrava a paz e o amor, ao passo que a geração Beat realizava grandes contestações e questionamentos de forma ativa.
Resposta:
a) A contracultura estadunidense compreendeu um movimento de libertação e contestação dos elementos inerentes à década de 1960. Assim, foi essencial para o rompimento de padrões que eram anteriormente estabelecidos.
b) No texto, nota-se a citação a do protesto à ideia de hierarquia e à formação universitária.
c) O movimento hippie celebrava a paz e o amor, ao passo que a geração Beat realizava grandes contestações e questionamentos de forma ativa
Explicação: