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Augusto Shaw foi quem trouxe o basquete para o Brasil.
Nato de Nova York, o americano teve o primeiro contato com a modalidade em 1896, após completar o curso de Artes na universidade de Yale. Pouco tempo depois, Shaw aceitou um convite inusitado: lecionar na tradicional Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Na mudança ao Brasil, o recém-graduado trouxe livros, obras de artes e uma bola de basquete.
Na época, o professor passou por alguns problemas ao introduzir a modalidade na escola brasileira. As mulheres logo se apaixonaram pelo esporte e começaram a praticá-lo, porém, os homens não viam a modalidade com o mesmo entusiasmo por diversos motivos. Um deles era o fascínio e a predileção pelo futebol.
Shaw continuou seu trabalho com o basquete na tentativa de difundir o esporte pelo Brasil. Em 1939, o professor morre, deixando seu legado para dois amantes da modalidade: Oscar Thompson e Henry J. Sims.
Inclusive, foi no Rio de Janeiro que ocorreu o primeiro torneio de basquetebol no Brasil, em 1912. Dessa data em diante, o esporte evoluiu, passando a ser adotado por diversas escolas e clubes da região.
Em 1915, o primeiro livro de regras foi traduzido para o português, facilitando, assim, a compreensão dos adeptos da modalidade. No mesmo ano, a Associação Cristã de Moços (ACM) organizou o primeiro torneio da América do Sul. Com o sucesso do evento, outras escolas e agremiações resolveram replicar a competição, até que, em 1919, o primeiro campeonato, oficializado pela liga, consagrou o basquete no Brasil.
Em 1922, foi realizada a primeira convocação da seleção brasileira para disputar o torneio continental que, inclusive, foi ganho pelo Brasil. Em 1933, o esporte se firmou de vez com a fundação da Federação Brasileira de Basketball, em 25 de dezembro, no Rio de Janeiro.
Grandes ídolos do passado
Oscar
Indiscutivelmente, Oscar Daniel Bezerra Schmidt é o maior atleta de todos os tempos do basquete brasileiro. Recordista mundial de pontos (com incríveis 49.737 na carreira) e nome de destaque na modalidade, o “Mão Santa” é um verdadeiro ícone. Seu talento, perseverança e carisma incomparável atravessam gerações.
Para muitos, o maior feito do atleta foi liderar a vitória sobre a equipe nacional dos Estados Unidos nos Jogos Pan-Americanos de 1987, fato inédito até então. Mais do que merecido, em setembro de 2013, Oscar Schmidt entrou para o Hall da Fama do basquete dos EUA.
Ubiratan
Ubiratan Pereira Maciel é outro atleta brasileiro cujo nome está presente no Hall da Fama da FIBA: a Federação Internacional de Basquete. Embora o atleta tenha falecido precocemente, aos 58 anos, em 2002, ele é muito lembrado na modalidade por ter sido um dos primeiros ícones de seleção brasileira.
Entre outros inúmeros títulos ao longo da carreira, ele conduziu a equipe ao histórico título mundial de 1963 e também à medalha de bronze dos Jogos Olímpicos de Tóquio no ano seguinte. Ubiratan também foi ídolo do Corinthians, do Sírio e do Palmeiras, entre muitos outros times. Extremamente talentoso, ele deixou a sua marca no desporto.
Leandrinho
O paulistano Leandro Barbosa é um ala armador que já passou por dois grandes clubes brasileiros: Palmeiras e Bauru, até ser convidado a jogar na famosa liga americana pelo Phoenix Suns. Lá, em 2007, foi eleito o Melhor Sexto Homem da NBA (Sixth Man of the Year Award), figurando como único brasileiro a atingir o feito.
LB, como é conhecido nos EUA, já passou pelo Toronto Raptors, Indiana Pacers, Boston Celtics e Washington Wizards até chegar no Golden State Warriors, onde conquistou o almejado título da NBA de 2015. Barbosa foi o segundo brasileiro a ganhar um título da liga americana.
Hoje, o atleta atua na NBB pelo Franca. Com a versatilidade, talento e experiência que detém, certamente, agrega muito à equipe brasileira e, quem sabe, poderá até mesmo conduzir o time à conquista do campeonato nacional.
Janeth
Na grande conquista do basquete feminino do Brasil no mundial de 1994, a atleta foi mais do que uma coadjuvante — Janeth foi a cestinha da competição. A brasileira tem quatro Olimpíadas em seu currículo, sendo que, em duas delas, o Brasil subiu ao pódio. A primeira conquista aconteceu em 1996 na cidade de Atlanta, em que a armadora contava com a companhia da rainha Hortência e da Magic Paula.
Com o talento de Janeth, aliada à garra e juventude de outras atletas, o Brasil conquistou o bronze na Olimpíada de Sidney em 2000. Seu alto desempenho a fez entrar no centro do basquete mundial, WNBA (versão feminina da NBA). Por lá, foram sete anos e quatro títulos, jogando pelo Houston Comets. Janeth foi tetracampeã da liga norte-americana (1997, 1998,1999 e 2000). A atleta foi a primeira brasileira a atuar em quadras americanas.
Em 2007, a paulistana decidiu se despedir do esporte. Escolheu o Pan-Americano do Rio para disputar sua última competição. Em 2014, Janeth entrou oficialmente para o Hall da Fama do basquete feminino.