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Resumo:
Por meio da concepção de tempo apresentada por Santo Agostinho no livro XI das
Confissões, realizaremos uma análise fundamentada na constituição da eternidade e da
temporalidade na perspectiva do pensamento agostiniano. Veremos que a questão da
temporalidade está vinculada lingüisticamente ao homem, sendo esta, contudo, impossível
na eternidade. Para Agostinho, Deus é o fundamento de tudo, todas as criaturas saíram num
só momento (rationes seminales). Sendo o tempo criatura, iremos demonstrar que a
temporalidade é própria do homem e não possui em si atributos da eternidade, pois só Deus
é eterno. Porém, o tempo é criação divina dada pelo Logos, e neste não há sucessão, sendo o
tempo, por sua vez, caracterizado pelo devir. As ideias das coisas só existem na Inteligência
Divina desde a eternidade, contudo, o que Deus quer produzir só aparece através de um ato
livre e eterno Dele mesmo. O tempo não pode medir a eternidade, uma vez que esta se
encontra acima da temporalidade. Ao analisar o tempo, Agostinho recorre ao seu aspecto
psicológico. A teoria do tempo é explicada por uma tríade: memória, intenção e espera
(pretérito, presente e futuro), existente na mente humana. Quando o homem mede o tempo,
assim o faz por meio da impressão ou percepção que tem dele. O caráter psicológico é
pertencente à consciência. Não obstante, o homem não é coeterno com Deus, pois, para este
não há passado nem futuro, mas somente o presente que se manifesta no indivisível e no
uno.
Explicação: