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Resumo
Novas reflexões surgiram nos contextos da Educação Física no Brasil desde os anos oitenta do século passado, sinalizando que a Educação Física precisava entrar em crise, justificar a si mesma e procurar sua identidade. Passados alguns anos, concepções que justificaram a crise ainda são observáveis. A Ciência da Motricidade Humana apresenta-se como proposta para a superação da crise em questão, pois ela mesma surge no contexto de uma crise paradigmática no campo da Ciência, um novo paradigma em que o Homem, a Ciência e a Sociedade só podem ser compreendidas sob o olhar da complexidade. Porém, o paradigma complexo não pode excluir completamente os processos e modos de pensar do paradigma anterior, mas propõe uma nova visão de mundo. Do mesmo modo, a Ciência da Motricidade Humana não pode substituir o que foi proposto pela Educação Física até então, ou abdicar de toda a construção de conhecimentos produzida, mas permite mudanças. A Ciência da Motricidade Humana propõe uma ruptura epistemológica, uma mudança no modo de ver a área em todos os seus aspectos. O objeto de estudo da Ciência da Motricidade Humana é o Homem em busca de transcendência, e este Homem é um ser no mundo, uno, indissociável, evidenciando a relação homem-sociedade-cultura. Enquanto Ciência emergente, a Motricidade Humana está em processo de construção de seus métodos e de sua pedagogia, porém o ensino como processo complexo, o ser humano como unidade complexa e multidimensional, o sentido e significado do que é ensinado e o ser humano práxico, podem ser considerados como princípios orientadores de uma ação docente sob o novo paradigma.