Absolutismo é o modo de governo onde o rei exerce seu poder sem limitações, sejam legais, morais ou institucionais. O absolutismo como sistema de governo foi largamente utilizado na Europa durante a Idade Moderna e foi parte do processo de formação de muitos Estados europeus. O absolutismo na Espanha foi implantado nesse período e seu legado foi fundamental para a história do país.
Nesse sentido, a ideia absolutismo remete ao século VII, quando havia a ideia da monarquia peninsular hereditária como forma de governo na Península Ibérica. Esse sistema é a raiz da prática absolutista ibérica, uma vez que pressupõe o governo unificado da península sob as ordens de uma monarquia forte cuja transmissão de poder se dá pela via hereditária, ou seja, de pai para filho.
No entanto, no século VIII, ocorre na Península Ibérica a invasão dos povos muçulmanos, vindos do norte da África, continuando um movimento de expansão de domínios da religião islâmica, esses povos, denominados mouros, ocupam uma grande extensão da península Ibérica, principalmente ao centro e ao sul, consolidando ali uma destacada influência muçulmana.
Após séculos de dominação moura, os povos ibéricos, predominantemente católicos, se uniram em uma ofensiva estruturada e patrocinada pela Igreja Católica para expulsar os muçulmanos da Península Ibérica. Esse movimento ficou conhecido como “Reconquista” e culminou com a expulsão completa dos islâmicos de toda a região ibérica.
A expulsão dos mouros abriu espaço para a ideia de unificação da região em torno de uma autoridade central. A ideia era a formação de um Estado que reunisse os povos cristãos da península, ao mesmo tempo que servisse como barreira aos muçulmanos e a aglutinação dos povos da região sob uma autoridade central soou como boa ideia aos reis e mandatários das regiões ibéricas.
Porém, fruto da prematura e duradoura separação entre os vários reinos, a dificuldade de unificação era imensa. Diferenças culturais separavam reinos de idioma espanhol, assim como as diferenças de idioma separavam portugueses e as outras regiões, visões de mundo discrepantes tornavam impossível a unificação de toda a península.
Nesse momento, dentro do que chamamos hoje de território espanhol, havia quatro grandes reinos que controlavam a política da Península: Navarra, Leão, Castela e Aragão. Esses quatro reinos determinaram o direcionamento de todo o processo de unificação da monarquia espanhola, ao mesmo tempo que protagonizaram sérias disputas e muitas divergências.
Dentre os quatro grandes reinos, a liderança do processo de unificação acabou por ficar a cargo de Castela. Através de arranjos matrimoniais entre os monarcas ibéricos, buscou-se fortalecer as ligações entre os vários reinos e apaziguar conflitos latentes.
No entanto, a grande força motriz do processo de unificação espanhola foi mesmo a fé. A preocupação com a manutenção da integridade da fé dos povos originalmente ibéricos, a proteção contra novas investidas dos mouros e a preocupação em consolidar uma posição da Igreja na região que dava acesso mais fácil ao Ultramar fazem com que a unificação do Estado espanhol se torne realidade e que, com isso, a Espanha (bem como Portugal, que se unificará nessa mesma época) se torne rapidamente uma das grandes potências europeias ao seguir os rumos do mercantilismo, investindo em navegação, comércio, exploração e colonização de novas terras.
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Este processo foi bancado pela burguesia e clero, o clero no primeiro momento não concordava com as grandes navegação mas com o reforma protestante e a perda de fiéis a igreja se interessou em encontrar novos fiéis em outros locais. Este movimento de exploração levou o nome de Grandes Navegação que deu resultado posteriormente em novos passeis incluindo o Brasil.
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