O encontro colonial com a alteridade produziu uma série de discussões que formaram um campo intelectual sobre a diferença e a sua relação com o Ocidente. O conhecimento ensejado por esse encontro formou, entre os séculos XV e XIX, a relação entre eu e outro. Considerando o debate nesse período, assinale a alternativa correta:
a)
O domínio e a exploração de sociedades não europeias ensejaram um conhecimento sobre a diferença como diversidade.
b)
A discussão sobre diferença perpassa o debate sobre a origem da humanidade, compreendendo que tanto o eu quanto o outro pertenciam aos humanos.
c)
O debate filosófico e científico sobre a alteridade destacava a diversidade nas formas de desenvolvimento político, cultural e social dos diferentes povos.
d)
Classificações de barbárie, selvageria e primitivo foram utilizadas em relação aos povos não europeus a partir do critério de ausência em relação ao mundo ocidental.
e)
A relação com a diferença no período de expansão colonial produziu diversas imagens que demonstravam preocupação em compreender as múltiplas formas de viver, pensar e agir.
Respostas
Resposta:
d)
Classificações de barbárie, selvageria e primitivo foram utilizadas em relação aos povos não europeus a partir do critério de ausência em relação ao mundo ocidental.
Explicação:
A reflexão sobre a diferença emerge no pensamento ocidental a partir do contato com a alteridade, iniciando com o questionamento de se esses outros pertenciam à humanidade. As representações sobre a diferença oscilaram nos últimos quatro séculos, mas as imagens produzidas mobilizaram as justificativas para a exploração e a dominação desses grupos não europeus. Por isso, a questão da diferença não dizia respeito à compreensão da diversidade humana, mas como inferioridade em relação ao Ocidente.
É correta a alternativa D, o que aparece, por exemplo, na obra de Lévi-Strauss, que estudou o período, com a ideia de que os ocidentais, na ocasião do descobrimento, viam no outro (os nativos) apenas um reflexo de si mesmos.
Como este outro era diferente deles, o viam como um reflexo falho, como um selvagem que deveria ser ensinado a viver, pensar, sentir e se comportar como os europeus, impondo a sua cultura, religião, política e economia. Nisto terríveis atrocidades foram cometidas contra os povos nativos.