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A história está na ordem-do-dia em nossos tempos. Expressões como "bonde da história", "contra-mão da história", "fim da história" trazem para os meios de comunicação muitas das preocupações que, tradicionalmente, frequentavam apenas os gabinetes dos especialistas e suas vizinhanças. E os historiadores, cientistas sociais e outros intelectuais dão, de bom grado, sua contribuição ao debate.
"Não tentemos descobrir uma lei ou regras de evolução", pede um historiador eminente, o francês George Duby – o mesmo que, em outro lugar, diz não acreditar que "a objetividade seja possível em história". Ele é um elo de uma linhagem secular.
Nietzsche, em 1874, escrevia: "enquanto há leis na história, as leis não valem nada e a história não vale nada". Em nosso século, pensadores como Karl Popper e Claude Levi-Strauss recusam-se a reconhecer o caráter de ciência à história, uma forma de conhecimento que o nazista alemão Martin Heidegger considera um destino, sobre o qual "não é o homem que decide", teoria aparentada à do brasileiro (e atualmente muito badalado, até nos círculos reformistas da esquerda) Carlos Byington, um psiquiatra e analista de filiação junguiana. Ele criou, com base nas idéias do suíço Carl Gustav Jung, uma teoria mitológica da história que preconiza um "conhecimento iniciático revelado a partir da função prospectiva" de símbolos gerados a "partir do inconsciente coletivo operante, criativo e reativo à realidade histórica". Finalmente, outro tema – o do fim da história – foi trazido às páginas dos periódicos pelo nipo-americano Francis Fukuyama, um consultor da Rand Corporation e do Departamento de Estado do governo norte-americano. Poucos meses depois de anunciar que Clio havia completado seu trabalho com o predomínio da democracia liberal, Fukuyama apresentou também uma proposta para garantir a integridade e a segurança da obra que a Musa da História levou tanto tempo para terminar: a substituição do Conselho de Segurança da ONU por um organismo internacional formado a partir da estrutura da OTAN, do qual só participariam os países que aplicam o modelo democrático-liberal (isto é, por definição, as potências imperialistas de nosso tempo) e que funcionaria como polícia internacional para solucionar conflitos em todo o Mundo.