• Matéria: História
  • Autor: sacramentodavi807
  • Perguntado 6 anos atrás

Porque Maomé não praticava a guerra santa​

Respostas

respondido por: yasamineferrereira
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Resposta:

espetáculo assustador — cenas dramáticas de choro, confusão, desespero, histeria, numa impressionante manifestação de fervor religioso. Para os cerca de 840 milhões de muçulmanos que hoje em dia vivem no planeta, nada mais compreensível: afinal, a morte do aiatolá é a repetição da própria morte do profeta Maomé, o fundador da mais nova das grandes religiões, o islamismo. Até o século VI, quando nasceu Maomé, a Península Arábica permaneceu quase inacessível ao Ocidente. Região desértica, com 2,6 milhões de quilômetros quadrados, permaneceu a salvo dos conquistadores romanos, graças, exatamente, à sua situação geográfica — isolada ao norte pelo Mar Mediterrâneo, ao sul pelo Oceano Índico e a oeste pelo Mar Vermelho. Nas regiões à beira-mar, no sul, (onde hoje ficam os dois Iêmens vicejaram algumas civilizações). O mais conhecido dos reinos foi o de Sabá; escavações recentes mostraram vestígios de palácios monumentais e estátuas na cidade de Marib — capital do reino. Pelo relato de cronistas gregos, persas e romanos, conclui-se que a região, rica e próspera, merecia mesmo ser chamada Arábia Feliz.No resto da península, viviam os sarracenos — beduínos nômades, de origem semítica, com a pele branca mas tostada pelo sol. Sua forma de organização social se baseava nas tribos, onde conviviam os clãs. Aldeias com casas de barro se erguiam em torno dos oásis, separados entre si por longas distâncias. Em princípio, não havia propriedade individual: os rebanhos e as raras pastagens eram coletivas. Mas isso não impedia que alguns clãs fossem mais ricos que outros, em função das pilhagens — uma prática comum — ou de operações comerciais. No início do século VI, os bizantinos e os persas começaram a disputar a rota da seda, que passava pelo corredor que ligava a Síria à Palestina. A Península Arábica tornou-se por isso um caminho mais seguro para o comércio.A cidade mais importante da região era Meca. Não apenas era um posto de abastecimento de água para as caravanas, como estava situada numa encruzilhada de caminhos que levavam ao Egito, à Síria e à Mesopotâmia. Não muito longe, também, ficava o porto de Dajedda, no Mar Vermelho. Mas não era só isso que fazia Meca importante. No século V, os coraixitas — uma das grandes tribos da parte norte da Península Arábica —, liderados por Qasayy, dominaram a cidade expulsando a tribo de Khozaa, que ali reinava, para assegurar o comércio. Qasayy teve a habilidade de transformar Meca em um grande centro de peregrinação religiosa: ali estava a Caaba (cubo), um edifício retangular, de pedra, com 15 metros de altura. Num dos ângulos a famosa Pedra Negra, segundo a tradição árabe trazida pelo anjo Gabriel — provavelmente um meteorito. Mas, além das divindades árabes, havia na Caaba outros ídolos de diferentes tribos e religiões.

Quando Maomé nasceu — não se sabe bem se em 569, 570 ou 571 —, Meca deixara de ser um mero posto de passagem para se transformar num próspero centro comercial. O certo é que o menino nasceu órfão do pai, Abd Alla, do clã Hashim, um ramo pobre da tribo coraixita, que detinha o poder na cidade. Três dias depois do casamento, Abd Allah partira em viagem de negócios e morrera em Medina, então chamada Iatribe. Dois meses depois de sua morte, a viúva, Amina, dava à luz Mohammed (o Louvado), um nome incomum, na época. Como era tradição, o menino foi criado por uma ama, Halima, guardando rebanhos nas regiões montanhosas. Quando tinha 7 anos, a mãe morreu e o avô paterno, Abd al—Mutallib, o adotou. Mas a perda das pessoas mais próximas parece ter sido uma constante na vida do menino. Dois anos depois, o avô também morreu e ele passou aos cuidados do tio Abu Talib, um experiente condutor de caravanas.

Aos 12 anos, o menino fez sua primeira viagem ao lado do tio. Foi até Bosra, na Síria — e segundo os relatos, nessa viagem os dois encontraram um monge, de nome Bahira, que predisse a missão profética de Maomé. “Volta com teu sobrinho para teu país e protege-o dos judeus”, teria dito Bahira a Abu Talib. “Se eles chegarem a vê-lo e dele souberem o que eu sei, tentarão prejudicá-lo.” Os judeus estavam fixados em várias colônias da península, com sua religião antiga e monoteísta. Indiferente à profecia, o rapaz continuou sua vida e, aos 20 anos, passou a trabalhar para uma viúva rica de Meca, Kadidja. Ela era, certamente, uma mulher fora do comum. Ao contrário do costume árabe, que condenava as viúvas a se colocar sob a tutela de um parente homem e a viver de luto, ela continuou à frente dos negócios do marido, aumentando o patrimônio herdado. Mas tudo indica que, embora rica, ela não pertencia a um clã que tivesse


sacramentodavi807: como assim
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