Entre os dois trechos do romance, nota‐se o movimento que vai da memória de vivências à revisão que o defunto autor faz de um mesmo episódio. A citação, pertencente a outro capítulo do mesmo livro, que melhor sintetiza essa duplicidade narrativa, é: (A) "A conclusão, portanto, é que há duas forças capitais: o amor, que multiplica a espécie, e o nariz, que a subordina ao indivíduo". (B) "Obra de finado. Escrevi‐a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil perceber o que poderá sair desse conúbio". (C) "Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito do livro és tu, leitor". (D) "Viver não é a mesma cousa que morrer; assim o afirmam todos os joalheiros desse mundo, gente muito vista na gramática". (E) "Não havia ali a atmosfera somente da águia e do beija‐flor; havia também a da lesma e do sapo".
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Respostas
Alternativa (B) "Obra de finado. Escrevi‐a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil perceber o que poderá sair desse conúbio"
A melhor síntese de ambas narrativas é o assunto de ambas as questões. Uma obra de finado é a melhor característica para ambas citações.
O caráter do autor é de reanalisar algo diversas vezes, gerando algumas modificações em relação à interpretação original que se tinha do objeto. Diversos comentários metalinguísticos feitas a essas memórias.
Um exemplo perfeito para expressar essa característica é a utilização da pena da galhofa e da tinta da melancolia.
Resposta:
alternativa B
O caráter revisionista do defunto autor está
marcado pelos comentários metalinguísticos
feitos às próprias memórias. O julgamento “Es-
crevi-a com a pena da galhofa e a tinta da me-
lancolia” é um exemplo dessa característica.
Explicação: