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Resposta:
A ambição é uma característica exclusiva do ser humano. Só o ser humano tem desejo de poder e por isso é ambicioso.
Os animais lutam quando está em risco a vida e a própria espécie. Os humanos lutam por razões muito menos categóricas. A razão fez o homem perceber que se for mais forte que o outro terá poder sobre ele. E da mesma forma que a “lei da selva” na natureza determina que o mais forte vence sempre, também na subentendida lei da competição, da concorrência ou do desejo permanente de poder, o mais forte vence sempre o mais fraco. A diferença existente entre a lei da selva natural e a “lei da selva humana” é que na primeira apenas existe uma força, bruta e natural, enquanto que na segunda existem diversas forças, que não são claras nem objectivas. Entre os animais as regras são claras e definidas pela natureza de uma forma só mutável pela evolução natural das espécies. Entre os homens as regras são permanentemente mutáveis e muitas vezes obscuramente definidas. As mais diversas estratégias são usadas para conseguir o mesmo objectivo, cada um conforme as suas diversificadas — naturais, adquiridas e artificiais – capacidades.
A inteligência humana, ou apenas a sua esperteza, transformou o homem, retirando-o da natureza e modelando-o de uma forma artificial, em direcção, por um lado, à perfeição sublime, e por outro, à existência trágico-cómica. De facto, o homem não é um animal, ou é um “animal” superior, mas quando comparado com todos os outros animais, apresenta diferenças que foram originadas na sua linguagem, devido ao seu cérebro superior, que por um lado são extraordinárias, como a capacidade de criação, de adaptação, de imaginação, de compreensão, etc; mas por outro lado são muito desmotivantes — o homem é o único animal que tem tabus, é o único animal que mata sem necessidade, é o único animal que se engana, e o único animal que mente, e é o único animal que se mascara.