• Matéria: Artes
  • Autor: itssmariii
  • Perguntado 7 anos atrás

Explique como era concebida a ideia de "arte" dentro do Realismo Stalinista?​
⚠️URGENTE!!!!!⚠️

Respostas

respondido por: simonepinheirop5dsdo
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Resposta:

Foi, na prática, uma política de Estado para a estética em todos os campos de aplicação da forma, desde a Literatura até o Design de produto, incluindo todas as manifestações artísticas e culturais soviéticas (pintura, arquitetura, design, escultura, música, cinema, teatro, etc.).

Na época de Stalin, o chamado "realismo socialista" foi a arte oficial soviética do regime até os idos dos anos 60. "Arte" seria caridade, já que tal moda não passava de propaganda ideológica soviética disfarçada. O mais característico nas pinturas, esculturas e retratos do "realismo socialista" é o total irrealismo das cenas. Enquanto milhões de cidadãos soviéticos estavam sendo dizimados pela fome, pelos expurgos, pela repressão politica em massa, as pinturas e esculturas stalinistas retratavam camponeses e operários felizes, risonhos, com faces coradas, bajulando a imagem de Stalin e do Politburo soviético. As pinturas são tão ruins, que mais lembram algo kitsch. Nesta mesma época, grandes artistas, escritores, poetas e teatrólogos soviéticos estavam sendo deportados para os campos de concentração ou fuzilados. Nem o cineasta Serguei Eisenstein, o queridinho da alta burocracia soviética, foi poupado da censura, já que fugia à linha ideológica do Partido. Se existiu algum tipo de arte genuína na época de Stalin, foi simplesmente a arte da dissidência, dos perseguidos do regime. Todavia, o irrealismo do regime não se limitava somente à propaganda e às artes: a história mesma era falsificada. Até a ciência e o conhecimento não fugiam à regra. A insólita história do charlatão Lissenko, elevado a diretor da Academia de Ciências da Rússia, que rejeitava a teoria mendeliana da genética, por ser uma "ciência burguesa" e "boukarinista-trotskista", mostra a loucura da ideologização comunista na vida social. Nesta mesma época, os verdadeiros biólogos e cientistas que não concordavam com a loucura de Lissenko eram deportados para a Sibéria ou mortos. Por outro lado, a criminalidade do regime soviético não foi denunciada em sua época, porque houve uma sólida e perversa solidariedade dos intelectuais. Nos anos 30, Moscou comprou a peso de ouro muitas consciências, ao ponto de criar quadros intelectuais de peso que mentissem à vontade, em favor de Stalin e da União Soviética. Daí a entender o porquê dos crimes da Grande Fome na Ucrânia, as atrocidades do Comintern da guerra civil espanhola, os julgamentos-farsa de Moscou e mesmo as deportações em massa de populações inteiras do Leste Europeu terem sido silenciadas no mundo ocidental. É a traição dos intelectuais, que venderam a sua alma ao regime comunista.

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