“Na relação face a face descrita por Levinas, os interlocutores não são guiados pelo diálogo, mas pela palavra primeira que vem do outro. Antes do diálogo, das estruturas e das instituições, existe a presença das pessoas em sua singularidade irredutível. Mas por outro lado, sou eu, enquanto repondo ou falo ao outro, enquanto sujeito que foi despertado por seu apelo, que posso dar início à obra da sociedade”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: FABRI, Marcelo. Fenomenologia e cultura: Husserl, Levinas e a motivação ética do pensar. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007. p. 90.
De acordo com o fragmento de texto e com os conteúdos do livro-base Fundamentos filosóficos da educação a respeito de Husserl e do conceito de intencionalidade, analise as afirmativas a seguir:
I. O conceito de intencionalidade utilizado por Husserl é originário do trabalho realizado anteriormente por Brentano.
II. Aquilo que se entende cotidianamente por intencionalidade está relacionado com os atos de vontade de um sujeito.
III. Husserl retoma o conceito de intencionalidade utilizado no período histórico conhecido como Idade Média.
IV. A perspectiva de intencionalidade defendida por Husserl segue as mesmas proposições da concepção mecanicista.
São corretas as afirmativas:
A I, II e III
B I e III
C I, III e IV
D II e IV
E II, III e IV
Respostas
Resposta:
A I, II e III
Explicação:
As afirmativas I e II estão são corretas. “Husserl se baseou no conceito de intencionalidade, trabalhado inicialmente por Franz Brentano (1838-1917), seu professor. No linguajar corrente, intencionalidade refere-se a um ato da vontade que impele o sujeito a uma ação” (livro-base, p. 135). Da mesma forma, afirmativa III está correta, pois Brentano e Husserl retomam “esse conceito da Idade Média, pois, com base nele, concebe-se o conhecimento não como algo que acontece, uma vez que a intenção é um ato e não uma passividade” (livro-base, p. 135). Já a afirmativa IV é incorreta, visto que “é possível superar a concepção empirista clássica, de caráter mecanicista, que atribui ao objeto o papel de agente no ato do conhecimento e que entende o sujeito como um ser passivo [...]. Na perspectiva fenomenológica, ocorre justamente o contrário, é o sujeito que tenciona (tende a) um objeto” (livro-base, p. 135).