Explique o seguinte caso clínico:
Tia Bete é uma mulher de 46 anos que teve o diagnóstico de diabetes melito tipo 1 aos 12 anos de idade. Ela tem deficiência absoluta de insulina resultante da destruição autoimune das células β pancreáticas. Como resultado, Tia Bete depende de injeções diárias de insulina para prevenir elevações graves da glicose e de corpos cetônicos em seu sangue. Quando Tia Bete não conseguiu ser despertada de um descanso após o almoço, sua companheira de quarto chamou uma ambulância, e Bete foi levada à emergência do hospital em coma. A paciente está clinicamente desidratada, e sua pressão sanguínea está baixa. Seus movimentos respiratórios são profundos e rápidos, e seu pulso está acelerado. Seu hálito tem odor cetônico “frutado”. Amostras sanguíneas foram coletadas para medição do pH sanguíneo arterial, da pressão parcial arterial de dióxido de carbono (PaCO2), da glicose sérica e do bicarbonato sérico (HCO3). Além disso, testes para presença de corpos cetônicos foram feitos no soro e na urina, e Tia Bete foi tratada com solução fisiológica normal e insulina. O laboratório relata que seu pH sanguíneo é 7,08 (valores de referência = 7,36-7,44), e que corpos cetônicos estão presentes no sangue e na urina. Seu nível de glicose sanguínea é 648 mg/dL (valores de referência = 80 a 110 após uma noite de jejum, e não maior do que 200 em uma amostra de glicose ao acaso sem considerar o tempo desde a última refeição).
1) Qual é o quadro de Tia Bete ao se observar o valor do pH sanguíneo?
2) Conforme o que foi estudado em aula, explique bioquimicamente o que deve ter ocorrido no organismo da Tia Bete que a levou ao quadro em questão.
Respostas
1- O pH sanguíneo da paciente encontrava-se por volta de 7,08, o que já é considerado ácido quando se trata de sangue. Portanto, levando em consideração o quadro clínico da paciente que é diabética, ela passou por um quadro de acidose metabólica do tipo cetoacidose diabética. Isso ocorre devido a um alto nível de açúcar no sangue do paciente diabético.
2- O que acontece é que a insulina é a responsável por fazer com que a glicose entre nas células e com isso possam gerar energia. Quando não se tem insulina para realizar esta tarefa o corpo recorre a outras alternativas, no caso, utilizando as fontes secundárias de energia que é a gordura. Ao se quebrar gordura há a formação de corpos cetônicos, que em níveis elevados são tóxicos para o organismo, pois são os responsáveis por acidificar o sangue, levando a cetoacidose.
Espero ter ajudado!!!