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Romance fictício dedicado ao público infanto juvenil, que relata a trajetória de uma família que deixa forçosamente o Brasil no início dos anos de 1970, após a redação do jornal em que o pai trabalha ser invadida em razão da publicação de um artigo que denunciava atos de violência e tortura.
A história retrata o início dos anos de 1970, período em que o Brasil foi palco de diversos eventos relacionados à prisões ilegais e arbitrárias, torturas, violência sexual, execuções, desaparecimentos forçados e ocultações de cadáveres. Aliás, após a conclusão do relatório da Comissão Nacional da Verdade (2014), é leviano afirmar que esses fatos não ocorreram ou foram manipulados por uma imprensa oportunista, sendo notória a existência de graves violações aos Direitos Humanos ocorridas no período investigado. E é sobre um fato fictício em específico que a história de Puntel se inicia: o jornalista Zé Maria denuncia a tortura de um padre da pequena cidade onde ele e a família residem, e, a partir daí, começa a ser investigado e vigiado pela polícia. Após avisos de que deveria parar as publicações de denúncia, policiais invadem a residência da família e, a partir de então, começa a fuga do pai, em seguida a mãe (grávida) com os dois filhos menores de 10 anos, passando por Campo Grande, Corumbá, Bolívia, Chile e, por fim, França. Foi no Chile, no ano de 1973 a passagem mais comovente do livro: a família presencia o golpe de estado um golpe militar que derrubou o regime democrático constitucional desse país e de seu presidente, Salvador Allende. Enfim, como o próprio título diz, o enfoque principal é a vida das crianças e sua passagem da infância para a adolescência, destacando o personagem principal (Marcão), longe de seu país de origem.