• Matéria: Artes
  • Autor: rodriguesjonatas690
  • Perguntado 7 anos atrás

Identifique os conceitos característicos do renascimento Intensidade e medo da morte. ?

Respostas

respondido por: juliarenatasanosqlus
1

ok vamos la

Explicação:

Para muitas pessoas, falar de morte não é tão simples quanto falar de renascimento, uma vez que esse tema implica uma finitude, um encerramento de ciclo, uma perda, ou algo considerado muitas vezes intangível, obscuro ou fora do controle. Contudo, a morte e o renascimento estão interligados e presentes na existência de qualquer ser humano. Da mesma forma, em psicoterapia os profissionais lidam com essas temáticas constantemente. Os pacientes geralmente buscam um psicoterapeuta com o objetivo de alcançar a saúde emocional e o bem-estar, o que envolve a cura de um determinado sintoma ou problema. Para tais efeitos, essa busca implica também uma mudança na forma de ser ou refletir as situações existenciais; o eu consciente necessita morrer para renascer. Essa é a premissa básica para que a psicoterapia tenha efeito, além da competência do profissional, a disponibilidade e a vontade do paciente em mudar.

Durante a psicoterapia, entra-se em contato com tudo aquilo que o ser humano tem de mais profundo e desconhecido, similar à simbologia da morte. Trata-se de algo fora do controle, mas presente, o que pode ser representado como analogia pelo inconsciente. Muitas vezes na clínica se percebe o quanto o inconsciente pode gerar medo e resistência, assim como a morte, mas também do quanto é necessário entrar em contato com o inconsciente para renascer.

A partir dessas considerações sobre a psicoterapia, optou-se por desenvolver este artigo que engloba também a técnica da psicoterapia ontopsicológica no tratamento de doenças. Para isso foi realizada uma revisão bibliográfica selecionando pesquisas que

Saber Humano, ISSN 2446-6298, V. 8, n. 13, p. 28-42, Jul./Dez. 2018.

envolveram sujeitos, os quais perpassaram pelo processo de psicoterapia ontopsicológica no tratamento de doenças graves como o Infarto Agudo do Miocárdio e doenças renais.

O tema da pesquisa foi escrito considerando o paradigma ontopsicológico, uma vez que essa abordagem apresenta inovações clínicas e científicas que podem ser enriquecedoras para os profissionais de saúde que tenham interesse em ampliar suas práticas e conhecer novas abordagens. A psicoterapia ontopsicológica nasceu na década de 1970, com influências da filosofia, da psicanálise, da fenomenologia de Husserl e da corrente existencial humanista. Por se tratar de uma área incipiente, optou-se por realizar uma breve apresentação conceitual da técnica e ilustrar dois casos de psicoterapia e seus resultados a partir das intervenções que envolveram análises oníricas. Esses casos também servem de embasamento à reflexão de como a morte na psicoterapia representa uma mudança de consciência e o quanto ela é necessária para proporcionar a cura e o constante renascimento.

2 Referencial Teórico

2.1 Morte e renascimento na psicoterapia ontopsicológica

É impossível falar de existência sem falar de morte e de renascimento, são temas interligados. Morre-se a todo instante, as células do corpo se renovam, o cabelo muda de comprimento, a pele se modifica, o humor varia, as lembranças e os sonhos mudam. A morte é necessária, dá sentido e propósito para a vida. No entanto, a morte em si é muito difícil de ser compreendida; está além de qualquer medida humana porque transcende essa dimensão, transcende inclusive o conceito de espaço e de tempo. Qualquer tentativa de explicar é meramente uma perspectiva, ainda não é a morte em si. Segundo Meneghetti (1993), Severino Boezio tentou definir a morte como “um ato todo unido”, como se não existisse mais aquilo que chega, que continua, que são características próprias do devir histórico. Nesse conceito a morte é ato puro, um todo unificado. Uma boa imagem para ilustrar é a do oceano: enquanto a onda é existência, no momento da morte ela se une ao grande mar e retorna à sua fonte.

Meneghetti (1993), ao exemplificar a morte, usa a analogia do feto no útero materno. Enquanto feto, o ser humano tem tudo o que precisa, tem o conforto, o calor, o alimento, vive em um ambiente propício para o seu desenvolvimento. Quando chega o momento do nascimento, não é uma experiência fácil. O feto é expulso daquele ambiente tão acolhedor de uma forma repentina. Se pudesse falar, o feto provavelmente afirmaria não querer sair daquele local. Da mesma forma, depois do nascimento, experimenta-se uma forma de vida muito mais elaborada, mas, depois dessa experiência, dificilmente um ser humano desejaria retornar ao útero materno.

Perguntas similares