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Nós seres humanos temos características próprias que nos diferenciam uns dos outros. Esses sinais da identidade individual podem ser observados por meio do nome, das impressões digitais, do temperamento e do talento. Aqui, vou destacar esse último que é intransferível, fundamental para nortear nossas escolhas, e se manifesta ao longo de nossa existência.
Cada pessoa nasce com o seu talento. Ele é uma dádiva de Deus, por isso deve ser identificado e desenvolvido para que dê frutos. Sem o esforço pessoal, não há como aperfeiçoá-lo, nem utilizá-lo em benefício pessoal e do bem comum. Ele deve ser considerado em tudo, pois a satisfação que sentimos ao fazermos determinadas atividades ocorre, porque estas estão relacionadas com o nosso desejo, que se alicerça em nossas aptidões, em nosso talento.
No momento de optarmos por uma profissão, por exemplo, o talento deve ser o ponto de partida, já que as atividades a ela relacionadas serão parte de nós, fazendo-se sempre presente no decorrer de nossa existência. Logo, uma escolha mal feita transformará nosso exercício profissional num martírio, num eterno sacrifício, ou seja, em algo penoso e difícil de suportar.
Parece simples essa questão, mas não é. Embora todos, ou quase todos, concordem que o sujeito deva optar por fazer algo de que gosta ou para o qual leva jeito, grande parte das pessoas têm se apegado a outros valores na hora de escolher um curso, uma formação, enfim, um caminho a seguir. A compensação financeira, a ascensão social, traçando metas ambiciosas, do ponto de vista material, quase sempre é o que prevalece.
Em momentos de escolhas, muitos palpites aparecem e sempre argumentando em favor daqueles cursos que trazem maior visibilidade social e financeira. Mas, para quem assim pensa, devemos dizer que o sucesso profissional é resultado de um trabalho realizado com qualidade, com prazer, e isso só é possível, quando fazemos algo para o qual temos aptidão. A causa é o talento. O dinheiro e a ascensão social são apenas conseqüências.
O talento é o combustível que torna possível a prática profissional prazerosa. E quem trabalha com amor o faz com esmero e qualidade. Logo se sente feliz em seus afazeres, realizando-se completamente com os resultados que se somam ao longo da existência.
Muitas vezes somos surpreendidos com noticiários, relatando falhas como: engenheiros que comprometem construções grandiosas, advogados que agem injustamente, médicos que destroem vidas, além de outras ocorrências provocadas por pessoas altamente conceituadas ou de notório saber. Lógico que muitos destes casos podem ser acidentais, mas outros devem ser frutos de escolhas que levaram em conta apenas o aspecto financeiro e não o talento para exercício da profissão escolhida.
Nenhum outro valor, portanto, se compara ao talento . Quem o despreza é como se rejeitasse um dom que Deus nos concede. Daí a razão das frustrações, apesar, muitas vezes, do sucesso financeiro. Humanamente falando, é mais importante a alma satisfeita do que os bolsos endinheirados. Dinheiro sozinho não traz felicidade. Já o talento, se bem utilizado, nos encaminha para o êxito de nossas realizações.