• Matéria: Português
  • Autor: magdalima2
  • Perguntado 6 anos atrás

um soneto sobre o corona vírus "covid 19"​

Respostas

respondido por: lidisilveira556
4

“Somos todos” velas

Consumo-me.

Consumo-me no que, dizem-me aflito

O amigo, a família e o corpo

Morto, que não te veja morto!

Mas consumo-me no que acredito

Como vela que arde num devir infinito

Consumo-me no que acredito

Somos como velas

E é vê-las

Que quanto mais brilham e ardem

Quando mais fazer e mostram

Mas incomodam e acedem

Mais iluminam e revelam

Mais põem a nu

O que outros não fazem, não querem

Não gostam, escondem, mentem e enganam

Como velas de pavio forte

Queimamos ao luar

Das madrugadas passadas

A Trabalhar

A escrever, a digitar

A Criar o digital na saúde em Portugal

9 anos acessos, pela força e paixão

Como velas que ardem dentro do coração.

Mas consumo-me no que acredito

Como vela que arde num devir infinito

Sinto hoje a dor do desprezo e da ignorância

A falta de coragem, que nem falta a uma criança

Que sobe ao quarto na noite escura que a vela acesa

Tem por segura

Guerra que levará por diante, iluminando a mente

Até do mais distante…

No mundo vêm se as velas acesas, como a minha

Só na minha terra, a querem apagar

Só na minha terra a querem apagar

Apagar uma vela? Será possível

apagar das cabeças de quem viu a luz?

“É favor apagar a luz!” deve ter sido assim a ordem

Apagar a luz…

A estratégia, a visão?

De médicos a fazerem receitas só com uma mão

No telemóvel.

Doentes a falar com eles no Portal

E todas as receitas sem papel

E plataformas sem fim, e tantas coisas tantas

Que outros vêem como a luz:

Como estrelas que se seguem,

Vieram do Japão, do Brasil,

da Austrália e sítios mil.

Até de outros Ministérios,

Esses que guardam outros tantos mistérios.

Ontem, quis o vento

de repente que a vela se apague

lento e sorrateiro, sem dignidade nem poleiro,

Quis um vento que esta vela

não se consumisse mais

Ironia: Que se poupe…

Assim sobra para outras noites

Outros negros cantos iluminar

- Assim poupas-te! Diz-me o amigo.

Assim fico com pavio para voltar a acender

Talvez noutra terra, noutra instituição

Sempre com mesma força e paixão.

Quis uma decisão , informada na noite escura,

Que esta alma se calasse e não dissesse ao mundo

O que se passa de mal no Estado em Portugal

Somos como velas.

consumimos no que acreditados.

E eu acredito que é possível mudar PORTUGAL

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