Respostas
O termo “antropofagia” é externo àqueles que a praticavam. ... Ou seja, os índios não comiam carne humana porque estavam com fome nem praticavam antropofagia em tempos de escassez de alimento como forma limite de sobrevivência.
Resposta:
O termo “antropofagia” é externo àqueles que a praticavam. ... Ou seja, os índios não comiam carne humana porque estavam com fome nem praticavam antropofagia em tempos de escassez de alimento como forma limite de sobrevivência.
Explicação:
É chamado de antropofagia (do grego "antropos", homem e "phagein", comer) ou ainda canibalismo (de "canibales", nome com o qual os espanhóis se referiam aos indígenas da etnia caribe ou caraíba, famosos pela prática de se alimentar de carne humana) a prática na qual um ser humano se alimenta da carne de outro ser humano. Atualmente considerado um tema tabu do mais alto nível por praticamente todas as sociedades no mundo, a antropofagia foi praticada no passado por vários povos de diferentes eras, etnias e culturas.
O primeiro relato conhecido de canibalismo surgiu a partir de uma expedição às Índias Ocidentais, capitaneada por Cristóvão Colombo. Colombo e sua tripulação alegadamente descobriram que as tribos indígenas do Caribe participavam de uma prática peculiar e horrenda, que consistia em um ritual de comer a carne de outros seres humanos. Os responsáveis pelo relato teriam cometido um erro ao transcrever o nome da tribo, referindo-se a esta como "canibes", termo que com o tempo se transformou em "canibales", significando a partir daí "cruel" ou "sedento", em espanhol. A palavra acabou migrando para a maioria dos idiomas ocidentais com o mesmo significado que esta tem hoje no idioma português. Já o termo grego antropofagia é mais usado no contexto da antropologia e arqueologia.
A origem desta prática é envolta em mistério e certamente assim permanecerá. Acredita-se que o canibalismo exista desde os mais antigos estágios de desenvolvimento da humanidade, e tenha surgido por vários motivos, desde sobrevivência à fome, tentativa de apaziguar os deuses, até o desejo de vingar-se ou exercer controle sobre os inimigos. No Brasil, o canibalismo ritual era prática comum pelo menos entre os indígenas do litoral brasileiro, que o interpretavam o de um modo bastante peculiar, pois, para o guerreiro, terminar como alimento do inimigo representava a mais alta honra; vergonha seria mostrar medo diante da morte e recusar-se a ser devorado. O canibalismo ritual dos tupinambás encontra rica descrição nos relatos de viajantes como o aventureiro Hans Staden, que permaneceu prisioneiro de tribos indígenas do litoral, e do sapateiro Jean de Léry, que testemunhou a prática por volta da mesma época, em meados do século XVI.
A partir do século XIX, com a predominância dos costumes ocidentais e cristãos no mundo, o canibalismo foi gradualmente sendo abandonado por todos os povos que iam tendo contato com os exploradores, colonizadores e comerciantes europeus, presentes àquela altura em todas as partes do globo. Além dos conceitos morais e religiosos, estudos feitos nos anos 60 em tribros da ilha de Papua-Nova Guiné, um dos últimos locais isolados do planeta, verificaram que povos que até então tinham a prática de comer os tecidos e cérebros de seus parentes mortos estavam transmitindo uma doença degenerativa aos seus filhos, algo semelhante à doença da vaca louca, e nesse caso, por motivos de saúde, a prática foi suprimida.