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Prevenção do Suicídio
O suicídio pode ser definido como um ato deliberado, realizado pelo indivíduo de forma consciente, cuja intenção seja a própria morte, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal. É um comportamento com múltiplos determinantes e resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais.
Dessa forma, deve ser considerado como o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do indivíduo, não podendo ser tratado de forma causal e simplista, vinculado apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito. É a consequência final de um processo.
A cada 40 segundos uma pessoa morre vítima de suicídio no mundo. Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) mostram que o Brasil é o 8º país no mundo em números absolutos de suicídios consumados. No país, 17% das pessoas já pensaram em se matar em algum momento da vida. O Ceará, segundo o Anuário da Segurança Pública, é o 5º estado com maior número absoluto de suicídios. Entre jovens, as taxas de suicídio têm aumentado, no país e no mundo, se configurando como uma das principais causas de morte.
É importante ressaltar que, devido ao preconceito e ao estigma que o suicídio carrega, os dados estatísticos sobre o suicídio são subnotificados, o que mascara uma realidade preocupante, pois estima-se que cerca de um milhão de pessoas morre anualmente, por suicídio, o que levou a OMS a considerar o suicídio como uma epidemia silenciosa. Trata-se de uma questão de saúde pública.
Embora não exista uma única explicação para a morte voluntária, dado o caráter multifatorial do fenômeno, estudos de suicidologia indicam que 90% dos casos podem ser evitados. Porém, devido ao estigma e ao tabu em relação ao tema, muitos sentem que não podem ou não devem pedir ajuda. Além disso, muitas pessoas sentem receio e consideram que não sabem como prestar ajuda a alguém que está em risco de suicídio. Um dos caminhos para a prevenção do suicídio é justamente a atenção aos sinais e comportamentos das pessoas em sofrimento psíquico, bem como a ampliação de informações sobre a temática da saúde mental. (Para maiores informações, acesse a cartilha “Suicídio: informando para prevenir”)
Falar, desmistificar e aprofundar as discussões sobre o tema, produzindo e propagando informações e conhecimentos acerca da questão, é, portanto, uma valiosa estratégia para a prevenção do suicídio.
Se você se encontra diante de alguém que está demonstrando que o suicídio é uma possibilidade, fique calmo, ouça e mostre empatia. Não duvide ou minimize o risco, leve a situação a sério e verifique o grau de risco, perguntando sobre possíveis tentativas anteriores e ficando atento a instrumentos ou comportamentos potencialmente letais. Se possível, consiga ajuda e identifique outras formas de dar suporte emocional. Em caso de risco iminente, fique com a pessoa até que seja possível ampliar as possibilidades de apoio. Lembre-se que a experiência de cada pessoa é única e as estratégias de apoio devem ser pensadas também de forma individualizada, buscando adequá-las ao contexto e às possibilidades de cada um.
No Brasil, é possível receber assistência gratuita nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que pertencem ao SUS (Sistema Único de Saúde) e acolhem pessoas com sofrimento e/ou transtornos mentais. Além disso, o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo, voluntária e gratuitamente, todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email, chat e voip 24 horas todos os dias, através do telefone 141.
Na UNILAB, o Setor de Atenção Psicossocial (SATEPSI) disponibiliza acompanhamento psicológico individual e em grupo aos estudantes em dias e horários disponíveis no site e a Divisão de Saúde Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho (DSSQVT), realiza acolhimento, escuta ativa e orientações em relação aos profissionais e serviços de saúde para os servidores que estejam em sofrimento psíquico, além de atividades educativas de promoção da saúde.
Explicação:
Entendendo o suicídio - saber,agir e prevenir.
O suicídio é um fenômeno complexo, multifacetado e de múltiplas determinações, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero. Mas o suicídio pode ser prevenido! Saber reconhecer os sinais de alerta em si mesmo ou em alguém próximo a você pode ser o primeiro e mais importante passo. Por isso, fique atento(a) se a pessoa demonstra comportamento suicida e procure ajudá-la.
Sinais de alerta - Prevenção do suicídio
Os sinais de alerta descritos abaixo não devem ser considerados isoladamente. Não há uma “receita” para detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, nem se tem algum tipo de tendência suicida. Entretanto, um indivíduo em sofrimento pode dar certos sinais, que devem chamar a atenção de seus familiares e amigos próximos, sobretudo se muitos desses sinais se manifestam ao mesmo tempo
O aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais durante pelo menos duas semanas.
Essas manifestações não devem ser interpretadas como ameaças nem como chantagens emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real.
Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança.
As pessoas sob risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio mais do que o comum, confessam se sentir sem esperanças, culpadas, com falta de autoestima e têm visão negativa de sua vida e futuro. Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbal ou por meio de desenhos
Expressão de ideias ou de intenções suicidas
Fiquem atentos para os comentários abaixo. Pode parecer óbvio, mas muitas vezes são ignorados:
"Vou desaparecer.”
“Vou deixar vocês em paz.”
“Eu queria poder dormir e nunca mais acordar.”
“É inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar.”
Isolamento
As pessoas com pensamentos suicidas podem se isolar, não atendendo a telefonemas, interagindo menos nas redes sociais, ficando em casa ou fechadas em seus quartos, reduzindo ou cancelando todas as atividades sociais, principalmente aquelas que costumavam e gostavam de fazer.
Outros fatores
Exposição ao agrotóxico, perda de emprego, crises políticas e econômicas, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, agressões psicológicas e/ou físicas, sofrimento no trabalho, diminuição ou ausência de autocuidado, conflitos familiares, perda de um ente querido, doenças crônicas, dolorosas e/ou incapacitantes, entre outros podem ser fatores que vulnerabilizam, ainda que não possam ser considerados como determinantes para o suicídio. Sendo assim, devem ser levados em consideração se o indivíduo apresenta outros sinais de alerta para o suicídio.