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Resposta: Em 21 de abril de 2004, Nuno Ramos apresentou em São Paulo, no Centro Cultural Banco do Brasil, o vídeo Casco, trabalho que integrou a exposição Morte das Casas, mas não apenas isso. Trata-se de uma obra que tem muitos pertencimentos.
Dentro de um processo curatorial que indicava não apenas um sistema conceitual aberto, polimorfo, sem direção clara e definida para o espectador, ali imerso num naufrágio radical dos sentidos, a obra Casco parecia burilar conceitos que se relacionam com diversas circunstâncias, indo além do próprio evento Morte das Casas, aludindo outros processos artísticos/temporais e provocando assim, o que poderíamos chamar de “atritos históricos”.
Próximo à inundação das casas – inundação feita de chuva e vozes em coro que recitavam Morte das Casas de Ouro Preto, de Carlos Drummond de Andrade – abriram-se janelas formidáveis no que antes fora paredes sólidas. Essa mudança estrutural no prédio art decó do CCBB aconteceu, extraordinariamente, para abrigar a peça que integra a série Casco.
A produção de Casco abrange o nome de mais duas pessoas. Além de Nuno Ramos, também assinam Eduardo Climachauska e Gustavo Moura. Trata-se de uma produção que faz referência, de forma peculiar, à aventura do explorador inglês Ernest Shackleton quando este parte a bordo de um veleiro com o objetivo de cruzar o mar.