O verde
Estranha é a cabeça das pessoas.
Uma vez, em São Paulo, morei numa rua que era dominada por uma árvore incrível.
Na época da floração, ela enchia a calçada de cores. Para usar um lugar-comum, ficava
sobre o passeio um verdadeiro tapete de flores; esquecíamos o cinza que nos envolvia e
vinha do asfalto, do concreto, do cimento, os elementos característicos desta cidade.
Percebi certo dia que a árvore começava a morrer. Secava lentamente, até que
amanheceu inerte, sem folha. É um ciclo, ela renascerá, comentávamos no bar ou na
padaria. Não voltou. Pedi ao Instituto Botânico que analisasse a árvore, e o técnico
concluiu: fora envenenada. Surpresos, nós, os moradores da rua, que tínhamos na árvore
um verdadeiro símbolo, começamos a nos lembrar de uma vizinha de meia-idade que
todas as manhãs estava ao pé da árvore com um regador. Cheios de suspeitas, fomos até
ela, indagamos, e ela respondeu com calma, os olhos brilhando, agressivos e irritados:
— Matei mesmo essa maldita árvore.
— Por quê?
— Porque na época da flor ela sujava minha calçada, eu vivia varrendo essas flores
desgraçadas.
1) Identifique, no texto, os elementos da narrativa abaixo:
a) Narrador:
b) Espaço:
c) Enredo:
d) Clímax:
e) Desfecho:
Respostas
respondido por:
6
Resposta:
a) Narrador
Explicação:
porquê ele
respondido por:
1
Resposta:
B: Rua em São Paulo
D: Cidade
Explicação:
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