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Desde o século XIX, o conceito de burguesia vem sendo definido como uma classe social que assumiu um protagonismo decisivo nas grandes revoluções políticas modernas, como aquelas que ocorreram na Inglaterra (1640-1688) e na França (1789). A burguesia, entre outras coisas, conseguiu, aos poucos, subverter o modelo político e econômico montado pelo Estado Absolutista, que vigorou entre os séculos XVI e XVIII. Esse modelo estava ancorado no mercantilismo, sistema que cerceava a livre iniciativa econômica (um dos principais valores defendidos pelos burgueses).
O problema é que há outras interpretações do papel histórico da burguesia, que vai além do destaque dado ao seu protagonismo político na modernidade. Há, por exemplo, a visão crítica sobre a burguesia defendida pelos pensadores de esquerda, como Karl Marx, que identificou tal classe como antagônica e inimiga da classe dos trabalhadores, sobretudo dos trabalhadores das indústrias – os operários (ou proletariado). A burguesia, para Marx, comanda os meios de produção capitalistas e, por meio deles, explora a classe operária.
A interpretação de Marx já foi aperfeiçoada e contestada por diversos autores posteriores a ele. Entre seus críticos, encontra-se Joseph Schumpeter, Eugen von Böhm-Bawerk, Ludwig von Mises e Milton Friedman.
Burguesia e burgo
Para entendermos melhor o que é burguesia, é preciso rastrear suas origens. A palavra burguesia deriva de burgo. O burgo era um modelo de pequena cidade, cidadela, que começou a aparecer na Europa na transição da Idade Média para a Idade Moderna, isto é, entre os séculos XIV e XV. O burgo caracterizava-se pela vida em trânsito, entre o urbano e o rual, em um ambiente em que havia mais liberdade do que dentro do círculo da feudalidade (para mais informações sobre o surgimento da burguesia, clique aqui).
Em torno do burgo formavam-se vilarejos que dependiam diretamente do que o burgo tinha a oferecer, isto é, as trocas, compra e venda de produtos nos mercados, as feiras, todo tipo de serviços, os pontos de encontro de mercadores, camponeses etc. O historiador francês Fernand Braudel, em sua obra “A Identidade da França”, explica que, no auge da vida nos burgos, para encontrá-los, bastava procurar onde ficava o médico, o escrivão, o mercado, as feiras etc. Além disso, as personagens que povoavam os burgos eram diferentes tanto dos servos camponeses que viviam nos feudos quanto da aristocracia.
Explicação:
vai dar tudo certo