• Matéria: Filosofia
  • Autor: ulysses13
  • Perguntado 6 anos atrás

Desenvolva a ideia de "clarificação" para Russell.

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respondido por: Robertocamposnovos
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Resposta:Bertrand Russell foi um dos grandes nomes intelectuais do século XX, cultivando uma larga e vasta propriedade de ideias e de crenças. Influente tanto nas ciências sociais como nas naturais, o britânico, de origens aristocráticas, militou também pela filosofia e pela política, onde se revelou um intenso e ardente ativista social e um problematizador de nomeada. Não obstante a controvérsia a si associada, recebeu um Nobel relativo ao seu trabalho literário, sendo este fundamentado com a luta constante pela liberdade do pensamento e pela afirmação dos ideais humanitários. Foi nesta senda de enorme produtividade motivada por uma ebulição mental constante que Bertrand Russell cimentou um legado rico em diversificação e em personalização.

Bertrand Arthur William Russell nasceu a 18 de maio de 1872 em plena era vitoriana, uma fase de grande prosperidade e estabilidade no Reino Unido, afirmando-se esta como a potência proeminente num contexto mundial então. Neto de um ex-primeiro ministro (Lord John Russell), a sua educação foi bastante indiferenciada. Os seus pais faleceram precocemente e foram os seus avós que, de uma forma bem vitoriana, lhe apetrecharam para um mundo repleto de desafios e de questões sem respostas. Tentando alhear-se do contexto aristocrata no qual estava inserido, o britânico ingressou, aos 18 anos, na Universidade de Cambridge, onde estudou Filosofia. Como pacifista, recusou alistar-se para ser parte do exército inglês na Primeira Guerra Mundial, o que lhe valeu a perda da cátedra do Trinity College. Nessa fase, Russell deu largas às asas do seu espírito e viajou para leste, visitando Rússia e até lecionando filosofia em Pequim, na China. Foi também lendo e tentando expandir os seus horizontes, compreendendo a Matemática e a Física e até articulando a primeira com a Filosofia numa obra em 1910 denominada “Introdução à Filosofia da Matemática”, aludindo ao ramo da Lógica. Em 1939, e tendo casado por três vezes, o britânico moveu-se de malas e bagagens para a Califórnia, onde foi exercer as competências de professor universitário. No entanto, a sua afirmação no país não foi isenta de atribulações, acabando criticado por opiniões secularistas e ateístas. Contudo, o seu prestígio não foi beliscado, acabando mesmo por ser um dos rostos do movimento pacifista Pugwash, ao lado do conotado cientista Albert Einstein, movimento esse destinado à luta contra a propagação de armas nucleares.

A sua filosofia foi uma das mais influentes do século XX, ombreando com nomes como Jean-Paul Sartre, Martin Heidegger ou Michel Foucault, embora pese a sua perceção mais cientifizada. A sua linha de pensamento pode ser enquadrada na Filosofia Analítica, em que a linguagem e a sua análise são as linhas definidoras. Nesta linguagem enquadra-se a supramencionada Lógica, esta que poderia, de acordo com o europeu, fundamentar todos os conceitos dados como verdadeiros a partir de primitivos operadores lógicos. Entre outras ideias de destaque, ressalvam-se a restrição do campo de análise da lógica para as frases declarativas, a clarificação das descrições definidas (quantificadoras ou existenciais) num sentido linguístico e a criação de algumas teorias do conhecimento. Estas teorias desdobram-se essencialmente em duas, em que, de um lado, estaria o conhecimento direito e, no seu oposto, o conhecimento por descrição. Enquanto o primeiro consistiria no facto propriamente dito, já o segundo ilustra o resultado de uma relação estabelecida através de conceitos lógicos entre dois ou mais objetos. Outra das propostas mais relevantes feitas pelo inglês foi a da ética ecocêntrica, esta que, como o prefixo indical, se refere à natureza e à sua importância. Em contraste com o antropocentrismo, que coloca o homem como figura central e a natureza como submissa aos seus interesses, o ecocentrismo considera a natureza como o núcleo do planeta e o homem como seu constituinte. Duas premissas caraterizam esta visão, sendo elas o direito à vida de todos os seres que fazem parte do meio natural e a impossibilidade de preservar a espécie humana em caso de destruição do mesmo, delegando nesta a responsabilidade de definir o rumo por ser a única consciente e pela sua leviandade no passado.

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