Respostas
Resposta:As trincheiras eram grandes valas cavadas no solo pelos próprios soldados, formando um corredor ou uma linha de defesa de determinada região estratégica, geralmente cobiçada por exércitos rivais. Essa região recebia o nome de “terra de ninguém”. A guerra de trincheiras foi o tipo de ação adotado na segunda fase da Primeira Guerra para que os exércitos conseguissem manter as posições conquistadas e planejar o avanço sobre outras, ainda em disputa.
O problema é que os soldados passavam meses vivendo dentro das trincheiras, expostos a todo tipo de condições climáticas – chuva, sol, neve etc. –, e aos ataques dos inimigos, o que incluía bombardeios, lançamento de morteiros, ataques de metralhadoras e bombas de gás tóxico.
Insalubridade e horror
Como não podiam abandonar as posições, os saldados tinham que fazer suas necessidades fisiológicas dentro das próprias trincheiras, onde também se alimentavam – com suprimentos estocados em péssimas condições. Desse modo, o cheiro de fezes e urina era constante nesse ambiente. Somava-se a isso o cheiro dos cadáveres dos soldados abatidos e das gangrenas dos soldados feridos. A proliferação de insetos e pequenos animais, atraídos pelos cadáveres, também era constante. O historiador Max Hasting, em sua obra Catástrofe: 1914 - a Europa vai à guerra, narra a visão que um soldado teve de ratos que devoravam um dos cadáveres:
Chuva, frio e lama
Mas os principais inimigos dos soldados são a chuva e a lama. A primeira consome as trincheiras e deixa os homens gelados; e a lama se acumula no fundo, complicando os deslocamentos.
Os revezamentos, a cada dois ou três dias, são um suplício. Os soldados, carregando dezenas de quilos de munições, armas e suprimentos, avançam com dificuldade pelas galerias de ligação.
No inverno, o frio é uma tortura, sobretudo para os soldados procedentes das cidades, que têm mais dificuldade para suportá-lo que os do campo.
Nos refúgios, os ratos correm livremente e se alimentam da sujeira e dos mortos. Os piolhos são outro tormento, ao qual se soma a impossibilidade de tomar banho e o estado das latrinas.
Cadáveres putrefatos
O mau cheiro, tanto no verão quanto no inverno, toma conta do local, principalmente na linha de frente, nos setores onde a violência dos combates não permite recuperar os corpos de todos os mortos na batalha.
Dezenas de cadáveres apodrecem, às vezes presos na cerca de arame farpado à vista de todos.
O abastecimento é essencial para manter alto o moral dos soldados, e, desse ponto de vista, os franceses e britânicos têm vantagem sobre os alemães, que sofrem com a escassez de alimentos por estarem estrangulados pelo bloqueio aliado.
No entanto, apesar dos esforços da Intendência, a sopa e o cozido, preparados à distância da linha de frente, chegam frios. E o pão é velho, além de frio.
Nas trincheiras francesas, o vinho tinto (cada combatente recebe um litro diário) e o pacote de cigarros ajudam a esquecer um pouco as dificuldades.
Explicação: