Texto 2 – Adam Smith
“Compreenderemos mais facilmente os efeitos produzidos pela divisão do trabalho na economia geral da sociedade, se considerarmos de que maneira essa divisão do trabalho opera em algumas manufaturas específicas. [...]
Tomemos, pois, um exemplo, tirado de uma manufatura muito pequena, mas na qual a divisão do trabalho muitas vezes tem sido notada: a fabricação de alfinetes.
Um operário não treinado para essa atividade (que a divisão do trabalho transformou em um uma manufatura específica), nem familiarizado com a utilização das máquinas ali empregadas dificilmente poderia talvez fabricar um único alfinete em um dia, empenhando o máximo de trabalho. De qualquer forma, certamente, não conseguirá fabricar vinte.
Entretanto, da forma como essa atividade é hoje executada, não somente o trabalho todo constitui uma indústria específica, mas ele está dividido em uma série de setores, dos quais, por sua vez, a maior parte também constitui provavelmente um ofício especial.
Um operário desenrola o arame, um outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto faz as pontas, um quinto afia as pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer a cabeça do alfinete, são necessárias 3 ou 4 operações diferentes; montar a cabeça já é uma atividade diferente, e alvejar os alfinetes é outra; a própria embalagem dos alfinetes também constitui uma atividade independente. Assim, a importante atividade de fabricar um alfinete está dividida em, aproximadamente, 18 operações distintas, as quais, em algumas manufaturas, são executadas por pessoas diferentes, ao passo que, em outras, o mesmo operário executa, às vezes, 2 ou 3 delas. [...]
Por conseguinte, essas 10 pessoas conseguiam produzir entre elas mais do que 48 mil alfinetes por dia. Assim, já que cada pessoa conseguia fazer 1/10 de 48 mil alfinetes por dia, pode-se considerar que cada um produzia 4.800 alfinetes diariamente.
Se, porém, tivessem trabalhado independentemente um do outro, e sem que nenhum deles tivesse sido treinado para esse ramo de atividade, certamente cada um deles não teria conseguido fabricar 20 alfinetes por dia.”
SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre a sua natureza e suas causas. São Paulo: abril, 1983, v. 1. p. 41-42.
Responda às questões:
1. O texto de Adam Smith exemplifica a questão da divisão do trabalho e aponta de que maneira essa divisão representou um enorme aumento da produtividade. De acordo com o autor, por que um trabalhador de uma manufatura na qual essa divisão não se fazia presente, produzia poucos alfinetes por dia?
2. Qual era o interesse dos proprietários das manufaturas na implantação do sistema de divisão do trabalho?
Respostas
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2
Resposta 1: O trabalhador produzia poucos alfinetes, pois não sabe utilizar a máquina que o ajuda a produzi-los e mesmo ao tentar se empenhar para construir os alfinetes, ele produziria poucos por não estar familiarizado com as máquinas ou a utilização delas ao trabalhar.
Resposta 2: O interesse era produzir mais e com isso acabar faturando mais também.
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