No início dos anos de 1970, a maior parte da concorrência nos EUA era baseada no preço. Níveis de defeitos, variedade de linhas de produtos, tempo de entrega e a taxa de lançamento de novos produtos eram similares dentro de um mesmo setor industrial, tornando-se, assim, critérios neutros até onde a diferenciação competitiva era considerada. Isso ocorria quando as empresas japonesas ainda começavam o seu ataque ao mercado norte-americano baseado no desempenho, na forma e no acabamento superior de seus produtos, bem como nos níveis de defeitos que eram um centésimo dos aceitáveis anteriormente.
Nesta época, os carros de luxo europeus inundavam o mercado norte-americano em resposta a uma demanda explosiva por desempenho e aparência claramente superiores e altamente mais caros. Assim, por volta de 1980 aos anos 1990, fabricantes estrangeiros arrebataram quase um terço do mercado norte-americano de automóveis. Claramente, ocorreu uma mudança fundamental na preferência dos consumidores: a qualidade passou de uma base neutra de concorrência para uma fonte poderosa de diferenciação competitiva.
Mesmo sabendo que não há um sistema de produção melhor do que o outro, mas sim sistemas adaptáveis às peculiaridades de cada organização, as ferramentas do sistema japonês ou sistema Toyota de produção, ainda hoje, são largamente utilizadas nas organizações e muitas dão retorno positivo no que tange à competitividade delas. Por isso, faça uma breve pesquisa e descreva (nome da ferramenta; utilização; vantagens; desvantagens) ao menos 3 ferramentas deste sistema que deu grande visibilidade e competitividade aos produtos japoneses.
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Neste período (por volta de 1970-1990) o modelo Toyota ganhou grande visibilidade, pois tornou-se uma alternativa viável à crise de capital. Com a ideia de produzir somente o necessário, reduzir os estoques ao máximo, flexibilizar a produção, produzir em pequenos lotes, maximizar a qualidade, diversificar a produção e não apenas padronizá-la, o modelo toyotista se espalhou pelo mundo. As relações de trabalho também foram modificadas, pois, a partir deste modelo, o trabalhador deveria ser mais qualificado, participativo e polivalente, ou seja, deveria estar apto a trabalhar em mais de uma função.
Suas principais ferramentas e características são:
Just in time (na hora certa) significa fazer apenas o que é necessário, quando for necessário e na quantidade necessária. Sem espaço para armazenar matéria-prima e mesmo a produção, criou-se um sistema para detectar a demanda e produzir os bens, que só são produzidos após a venda. O fornecimento de recursos de acordo com este plano de produção pode eliminar o desperdício, inconsistências e exigências descabidas, resultando na melhoria da produtividade.
Kanban (etiqueta ou cartão) método desenvolvido como um meio de comunicação por cartões para programar a produção, de modo que o just in time se efetive.
Team work (trabalho em equipe) os trabalhadores passaram a trabalhar em grupos, orientados por um líder. O objetivo é de ganhar tempo, ou eliminar os desperdícios de tempo. Todos os componentes da equipe sabem atuar nas diferentes posições dos demais colegas. Controle de qualidade total todos os trabalhadores, em todas as etapas da produção são responsáveis pela qualidade do produto e a mercadoria só é liberada para o mercado após uma inspeção minuciosa de qualidade. A ideia de qualidade total também atinge diretamente os trabalhadores, que devem ser qualificados para serem contratados. Dessa lógica nasceram os certificados de qualidade ou ISO.
CCQ (Círculo de Controle de Qualidade) é um pequeno grupo de funcionários que voluntariamente se une para conduzir atividades de controle de qualidade dentro da mesma área de trabalho. A motivação básica do CCQ é a participação e a busca por solução de problemas e inovação.
Kaizen ou melhoria contínua. Nenhum processo pode ser declarado perfeito dado que pode ser sempre melhorado. O Kaizen significa que todos os colaboradores em todas as partes da organização estão continuamente à procura de maneiras para melhorar as operações e todas as pessoas em todos os níveis da empresa apoiam este processo de melhoria. O Kaizen tem como base 3 princípios: TPS Pessoas que pensam'; 5 Porquês?; e 5S.
Embora possa parecer que o modelo toyotista de produção valorize mais o trabalhador do que os modelos anteriores (fordista e taylorista), tal impressão é uma ilusão. Na realidade da fábrica, o que ocorre é o aumento da concorrência entre os trabalhadores, que disputam melhores índices de produtividade entre si. Tais disputas sacrificam cada vez mais o trabalhador, e tem como consequência, além do aumento da produtividade, o aumento do desemprego. Além disso, estas ferramentas devem ser adaptadas a cada realidade organizacional, pois são muito dependentes do tipo de produção, do serviço prestado e da cultura organizacional.
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