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Quando os árabes levaram consigo a descoberta do açúcar para Península Ibérica, a Coroa Portuguesa viu no produto uma nova oportunidade econômica, por ser um produto caro facilmente vendido e facilmente comercializado. De início, os portugueses cultivaram o açúcar em duas ilhas atlânticas (Ilha da Madeira e Ilha das Canárias).
Com as descobertas marítimas das Grandes Navegações, os portugueses resolveram cultivar o açúcar no Brasil, porque além do clima propenso, de início eles não encontraram metais preciosos no território brasileiro, então recorreram ao cana-de-açúcar visando a sustentação da colônia.
A produção acontecia em grandes propriedades rurais denominadas engenho, todas sob o o sistema agrícola plantation (monocultura de exportação mediante a utilização de latifúndios e mão de obra escrava).
Essas propriedades produtoras do açúcar eram formadas por 4 estruturas principais: Casa grande (abrigava o dono da terra e toda sua família), a senzala (dormitório dos escravos), capela e a fábrica do açúcar.
Nas fábricas do açúcar, este mesmo produto passava por vários processos até endurecer e virar açúcar mascavo.
O açúcar mais vendido na Europa era o refinado, entretanto para os senhores de engenho refinarem o açúcar que produziam e investir na suas terras com autonomia da metrópole demandava um conhecimento de técnicas de refinamento que eles não tinham. Nem em Portugal existiam refinarias.
Com conhecimentos das técnicas de refinaria, os holandeses propuseram a esses proprietários de terra financiar as construções do novos engenhos, refinar o açúcar, transportar, distribuir e comercializar o açúcar refinado.
Contudo, entre os séculos XVI e início do XVII a produção e exportação do açúcar foi a principal atividade econômica brasileira. Os engenhos de açúcar, grande parte no nordeste, geravam muita riqueza para os senhores de engenho, para a coroa portuguesa (que recebia impostos) e também para os comerciantes holandeses.
Com a Guerra da Sucessão Portuguesa vencida por Felipe II, a Espanha dominou Portugal e suas colônias. A União Ibérica (junção da monarquia espanhola e portuguesa) expulsou os holandeses do nordeste brasileiro e tiraram-os da lucrativa atividade açucareira brasileira.
Entretanto, os holandeses passaram a produzir açúcar em suas colônias na América Central. Como eles conheciam o processo de fabricação de açúcar e tinham o controle sobre a distribuição e comercialização deste produto, logo conquistaram os mercados consumidores, deixando o açúcar brasileiro em segundo plano no mercado internacional. A concorrência holandesa foi, portanto, uma das principais causas da crise do açúcar brasileiro no período colonial, pois eles conseguiram produzir açúcar mais barato e de melhor qualidade do que o brasileiro.
Espero ter ajudado!!!!