Para Aristóteles,só julgamos que temos conhecimento de uma coisa quando conhecemos sua causa. E há quatro tipos de causa: a essência, as condições determinantes, a causa eficiente desencadeadora do processo e a causa final.ARISTÓTELES. Analíticos Posteriores. Livro II. Bauru: Edipro. 2005. p. 327. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a metafísica aristotélica, é correto afirmar.
(A) Para a compreensão das transformações e da mutabilidade dos seres, Aristóteles recorre ao princípio da criação divina.
(B) A existência de um plano superior constituído das ideias e atingido apenas pelo intelecto permite a Aristóteles a compreensão objetiva dos fenômenos que ocorrem no mundo físico.
(C) Na metafísica aristotélica, a compreensão do devir de todas as coisas está vinculada à determinação da causa material e da causa formal sobre a causa equivalente.
(D) Para Aristóteles, todas as coisas tendem naturalmente para um fim (telos), sendo esta concepção teleológica da realidade a que explica a natureza de todos os seres.
(E) A realidade, para Aristóteles, sendo constituída por seres singulares, concretos e mutáveis, pode ser conhecida indutivamente pela observação e pela experimentação das ideias.
Respostas
Resposta:(D)
Explicação:Todo o pensamento aristotélico gira em torno da sua noção de fim. Tudo que existe tem um objetivo, uma finalidade. Assim como na ética, a metafísica aristotélica é guiada pelo telos da existência, onde a causa final é superior a todas as outras causas por exprimir em essência o porque de um ser existir
Para Aristóteles, todas as coisas tendem naturalmente para um fim. Logo, a alternativa D é a correta.
Aristóteles identifica quatro tipos de causa:
- Material: aquilo de que algo é feito
- Formal: é o que informa o ente e faz com que seja o que é
- Eficiente: principio primeiro do movimento ou da mudança, é quem faz a coisa causada
- Final: é o fim, o para quê.
Exemplo: Estátua: bronze, modelo, o escultor que a fez e para que se esculpiu, respectivamente. A causa formal e a final coincidem com frequência.
Aristóteles considerava o universo eterno – perpetuamente passando por mudanças. Logo, o Deus aristotélico é o primeiro motor imóvel, ou seja, aquele que não é movido por nada. Por ser motor, ele causa o movimento de tudo, mas é uma causa final, não eficiente. É como o doce na vitrine que me incita a entrar na loja para compra-lo, não como o taco que bate na bola. Sem mover-se, ele me atrai. O Deus aristotélico é o fim, o telos de todos os movimentos. Ele que faz com que haja movimento e, portanto, universo, mas não de uma forma criadora. Ele move o universo de forma atrativa.
A filosofia, para ele, é um bem objetivo e constitui o fim metafísico do homem, ou seja, aquilo em que e pelo qual a essência do homem se realiza plenamente.
A própria classificação das áreas de conhecimento possui a noção de finalidade:
Poiesis – quer dizer produção, fabricação: tem um fim distinto dela mesma.
Práxis – é uma ação, uma atividade, que tem como fim o próprio fazer.
Theoría – é a práxis suprema, é a contemplação, cujo fim é ela mesma. O homem teórico não precisa de outra coisa senão de sua própria mente; é o mais suficiente de todos e, portanto, superior
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