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COMPANHIA MATTE LARANJEIRA – Chegou a ser um Estado dentro do país, com concessão de terras de 5.000.000 de hectares para explorar erva mate nativa. Teve origem numa recompensa que o Governo Imperial deu a Thomas Laranjeira por seu auxílio na Guerra do Paraguai. Teve sua primeira base em Concepción, no Paraguai e em 1882 um Decreto Imperial consolidou a concessão. A Companhia operava no Mato Grosso e Paraguai onde criou um porto especial para suas exportações de mate que iam também para a Argentina. Esse porto passa a ser a sede da empresa, conhecido como Porto Murtinho em homenagem a Joaquim Murtinho, que, já na República, era Ministro da Fazenda da Presidência Campos Salles. Os principais acionistas da Companhia eram o Banco Rio Branco, da família Correa da Costa, a família Murtinho e a família Mendes Gonçalves. A Companhia tinha ferrovia própria e a erva mate era puxada até a linha de trem por 800 carretas para cuja tração a empresa tinha 20.000 bois. Grande parte da mão de obra era indígena, especialmente guaranis e kaiwás.
De 1926 a 1929 a Companhia era tão rica que emprestou dinheiro ao Estado de Mato Grosso, as exportações para a Argentina cresceram muito, passou a ter também acionistas argentinos.
Em 1943, já no Estado Novo, Getuúio Vargas cancelou as concessões da Mate Laranjeira criando os Territórios do Iguaçu e de Ponta Porã e o Serviço de Navegação da Bacia do Prata para concorrer com os navios da Companhia.
A Companhia Matte Laranjeira foi uma típica empresa colonial de exploração de território, teve grande poder político no Mato Grosso e faz parte de todo o desenvolvimento daquela região, constituiu duas cidades que foram sua bases, Porto Murtinho e Guaíra, deixou sua marca na fase historica do desbravamento do Oeste brasileiro.
Até hoje existem empresas sucessoras do Mate Laranjeira explorando o mesmo ramo.