• Matéria: Português
  • Autor: LOUROJOSE123
  • Perguntado 6 anos atrás

O aluno tem essa dúvida quando lê que o marco da fundação do realismo no Brasil se deu em 1881, quando se publicaram "O mulato", de Aluísio de Azevedo, e "Memórias póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis. A informação aparece em muitos manuais didáticos.

O romance de Aluísio de Azevedo de fato se encaixa bem no formato realista. Mas, sabendo que o personagem Brás Cubas escreveu as suas memórias depois de morto e que no século XIX não havia evidências de vida depois da morte (como não as há até hoje, aliás), o jovem leitor se pergunta: como pode ser realista um livro que se chama "Memórias póstumas"?

A pergunta do aluno é inteligente. A obra de Machado nos oferece várias ocasiões para duvidar do realismo que lhe imputam, como a personagem do doutor Simão Bacamarte, o protagonista de "O alienista": ele é o cientista que se vê sempre prestes a revelar a verdade verdadeira aos incautos e não arreda desta autoilusão nem mesmo quando encontra tão-somente o seu próprio erro, mostrando-se então a caricatura do realista de carteirinha, daquele que quer nos mostrar “a vida como ela é”.

Não contente em atacar a concepção realista com seus personagens e metáforas, Machado de Assis a combateu explícita e frontalmente em vários textos críticos.

Na dura crítica que fez a "O primo Basílio", romance de Eça de Queiroz, o escritor brasileiro afirmou categoricamente: “voltemos os olhos para a realidade, mas excluamos o realismo; assim não sacrificaremos a verdade estética”. Machado ordenou a exclusão do realismo do campo da arte para não sacrificar a verdade estética, isto é, aquela verdade que não esconde do leitor que inventa realidades de papel.




“Machado ordenou a exclusão do realismo do campo da arte para não sacrificar a verdade estética, isto é, aquela verdade que não esconde do leitor que inventa realidades de papel."

No romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis transgride os limites do Realismo literário pois,

a)

apresenta um ponto de vista romântico ao abordar a trajetória de Brás Cubas.

b)

traz como narrador e protagonista uma pessoa já falecida.

c)

viola as leis da natureza ao contar uma história que se passa, em sua totalidade, após a morte.

d)

faz uso de descrições distorcidas ao retratar o Rio de Janeiro do século XIX.

e)

evitar qualquer tipo de crítica à sociedade para evitar desgastes com o público leitor.

Respostas

respondido por: tatianesantos156
1

Resposta:

letra B

Explicação:

Ele traz como narrador uma pessoa já falecida ultrapassando os limites do que já foi estudado e ou que já foi experenciado.

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