• Matéria: Geografia
  • Autor: rafaelvks
  • Perguntado 7 anos atrás

poema sobre globalização e meio ambiente

Respostas

respondido por: maribraga123
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Resposta:

Natureza morta – Reginaldo Pinto

Senhor perdoa a nossa grande inteligência

De saber extrair lá do fundo do seio da terra

O seu sangue negro e transformá-lo

Em gasolina para nossos carros

Em diesel, para nossas fábricas

Em gás para preparar os nossos alimentos

Em querosene para os aviões

Em plásticos para impermeabilizar o nosso dia a dia.

Senhor perdoa nossa grande inteligência

De achar bonita uma árvore sem folhas e sem frutos

Vítima das chuvas ácidas, encharcadas de óxidos de enxofre.

Que destroem nossas fontes de alimentação

E somos obrigados a consumir alimentos

Inventados pelo homem

Que dentro de sua modernidade destrutivas

Chamam de Organismos Geneticamente Modificados Ou transgênicos.

É o futuro chegando…

Senhor perdoa a nossa grande inteligência

De tentar explicar às crianças

Por que os peixes morrem afogados

Em óleo e espumas contaminadas,

E tentamos lavar a água dos rios

Com cal, flúor e alumínio.

Para matar nossa sede.

E o mar de tão poluído está cinza

Sua vida marinha morrendo, com tantos venenos.

Os riachos, outrora cristalinos,

Onde pescava-mos quando criança

Não existem mais, hoje é um valão fedido de esgoto.

Uma verdadeira cloaca.

Senhor perdoa a nossa grande inteligência

De achar que o ar da cidade cheio de anidrido sulfuroso

Ácido de nitrogênio, monóxido de carbono, gás carbônico

Hidrocarbonetos, radioatividade…

É saudável para nossos filhos, que estão vivendo

Em desertos de concretos, cercados por uma montanha de aço

Tornando-se a crianças acinzentadas

Onde só conhecem o verde pelos filmes da TV.

Senhor perdoa a nossa grande inteligência

De querer modificar o que foi construído por você

E tentar imitar a natureza clonando homens.

Em vidros transparentes, uns, iguais aos outros

Impedindo assim a seleção natural da vida.

Construindo homens.

Estes, desprovidos de talentos e emoções

Os quais muito em breve estarão sendo vendidos

Em lojas hospitalares do primeiro mundo a preços módicos

E financiados em seis vezes, com garantia de um ano contra acesso de raiva.

Perdoa senhor, a nossa grande inteligência,

De produzir chorume, algas, clorofluorcarboneto, efeito estufa, desmatamento,

Queimadas, partículas sólidas, poluentes minerais, fuligem, transgênicos, clone,

Crianças inexatas, aquecimento global…

E o grande mal que amedronta a humanidade.

A decomposição dos átomos, enriquecidos e contaminados com urânio,

Que junto com plutônio transforma-se na bomba atômica, aliado ao aquecimento global.

Poderão acabar com o Planeta Terra.

Perdoa Senhor, minha pequena sabedoria

De saber que sou semelhante a vós,

E que neste exato momento,

Em meio à grande individualização global,

Onde a vida não tem valor

Onde o ar está poluído, a água podre

O solo envenenado, e o homem alienado.

De que adianta ter sabedoria, inteligência,

Modernidade.

Ser humano…

Eu queria deixar de ser Vossa Imagem, Senhor

“E ser civilizado como os animais”.

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