• Matéria: Português
  • Autor: adrianasilcar
  • Perguntado 6 anos atrás

preciso de ajuda para identificar no texto EDUCAÇÃO EM PAUTA: O TÓPICO, tema,o conflito central e a ideia principal.

Respostas

respondido por: natalyalara11
6

Resposta:

A partir do texto a seguir ? um modelo de redação para o vestibular UERJ ?,  identifique, se possível, os itens abordados e discutidos nessa aula:

EDUCAÇÃO EM PAUTA

Na sociedade brasileira contemporânea, assuntos como corrupção e

constante transgressão das leis já se tornaram comuns. Tal situação é

alarmante, pois o próprio cidadão brasileiro já enxerga esse fato como um

dado cultural, como se fosse normal burlar as normas. Assim, perpetua-se a

mediocridade política e crítica de uma nação que gosta de se enxergar como o

país do futuro, mas não percebe que, se não resolver questões problemáticas

do passado, nunca alcançará esse amanhã glorioso. É preciso, antes de mais

nada, discutirmos as origens dessa vergonhosa cultura de violação das regras

para que, então, seja possível combatê-la.

Em primeiro lugar, é possível dizer que um dos principais fatores que permitem

a perpetuação da transgressão das leis, no Brasil, é a cultura da impunidade.

Casos graves de corrupção, desvio de verbas e tráfico de influências no

governo federal estampam constantemente as capas de revistas e jornais. Na

maioria das vezes, nada é feito para punir os criminosos. Assim, de alguma

forma, as pessoas sabem que o Estado, além de permeável a corrupções, é

ineficiente, e há quase a certeza de que nada irá acontecer ao infrator. É

importante, ainda, mencionar que tal fato não se restringe somente aos

políticos, pois o cidadão comum, que paga uma propina ao guarda de trânsito

para este não multá-lo por estacionar em lugar proibido está, da mesma

maneira, perpetuando a violação das leis e a ideia de que, no que diz respeito

à justiça, nada funciona neste país.

É preciso, ainda, que o brasileiro abandone esse complexo de inferioridade

que costuma acompanhá-lo, e enxergue que a transgressão das leis existe em

quaisquer sociedades nas quais as necessidades individuais entrem em

conflito com os interesses coletivos. A maior diferença é que, no Brasil, existe o

agravante histórico e cultural. Nossas leis não refletem, necessariamente, os

interesses de toda a população, pois são elaboradas pelas elites detentoras

de poder. Isso é perceptível, principalmente, se considerarmos a grave

desigualdade social existente, que aprofunda ainda mais esse abismo entre as

diferentes classes, dificultando que todas essas díspares necessidades sejam

atendidas. Assim, ao longo dos anos, as pessoas foram aprendendo a burlar

as regras e normas que não as representavam, ou que nem mesmo

entendiam, dado nosso déficit educacional.

Tendo em vista essa questão, é possível perceber que o grande problema é,

justamente, a educação ? ou a falta desta ? no Brasil. É muito fácil culpar

somente os políticos corruptos por esse vergonhoso desrespeito as nossas

leis, como se a população fosse o espelho deles, e não o contrário. Embora

generalizações sejam perigosas, é necessário enxergarmos que os

governantes são eleitos por uma massa populacional que, por ignorância ou

conveniência, perpetua essa situação, pois em troca de favores e promessas

superficiais colocam os interesses individuais acima dos coletivos. Educação

de base eficiente ajudaria na formação crítica dessas pessoas, que se

tornariam mais conscientes do poder do voto, e menos suscetíveis a

transgredir as leis.

Dessa forma, se faz vital um fortalecimento do sistema educacional brasileiro,

com ensino de qualidade e inclusão de matérias sobre política já no ensino

fundamental nas escolas, para que as crianças compreendam que possuem

um dever cívico desde cedo, e cresçam aprofundando cada vez mais essa

noção. Além disso, os pais também devem incentivar a formação crítica de

seus filhos, ensinando que, se o indivíduo considera uma lei injusta, o mais

correto a se fazer é tomar uma posição política contra ela, lutando pública e

pacificamente, e não simplesmente ignorá-la. Só assim, deixaremos de ser um

país historicamente corrupto, mas uma nação justa e honrada, que entende

seus direitos, e luta por eles.

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