• Matéria: Português
  • Autor: edlonascimento1971
  • Perguntado 6 anos atrás

se eu fosse sherlock holmes

Respostas

respondido por: bethybethy
4

Isso é uma pergunta?

respondido por: meubumbum83
3

Resposta:

Os romances de Conan Doyle me deram o desejo de empreender alguma façanha do

gênero das de Sherlock Holmes. Pareceu-me que deles se concluía que tudo estava em

prestar atenção aos fatos mínimos. Destes, por uma série de raciocínios lógicos, era sempre

possível chegar até o autor do crime.

Quando acabara a leitura do último dos livros de Conan Doyle, recebi a notícia de que

meu amigo Alves Calado tinha sido nomeado delegado auxiliar. Como era fã das histórias

de detetive, fiz meu amigo prometer que, quando houvesse um crime, ele me levaria com

ele para ajudá-lo na resolução do caso.

Passei dias esperando por algum acontecimento trágico, em que pudesse revelar minha

sagacidade.

Uma noite, fui convidado por Madame Guimarães para uma pequena reunião familiar.

Em geral, o que ela chamava “pequenas reuniões” eram reuniões de vinte a trinta pessoas,

da melhor sociedade. Dançava-se, ouvia-se boa música e quase sempre ela exibia algum

“número” curioso: artistas de teatro ou de circo que ela contratava para se apresentar nessas

ocasiões. O melhor, porém, era talvez a palestra que então se fazia, porque era uma mulher

intelectual e só convidava gente muito inteligente para suas reuniões. Fazia questão disso.

A noite em que eu lá estive entrou bem nessa regra.

Em certo momento, quando ela estava cercada por uma boa roda, fui apresentado à

Sinhazinha Ramos. Sinhazinha era sobrinha de Madame Guimarães; casara-se pouco antes

com um médico de grande clínica. Ela vinha sozinha, pois seu novo marido sempre

trabalhava durante a noite com uma paciente. Conversamos um pouco sobre assuntos

sem muita importância, quando Madame Guimarães perguntou:

– Onde deixou sua capa?

– No meu automóvel, fiquei com preguiça de subir.

A casa era de dois andares e Madame Guimarães, nos dias de festas, tomava a si arrumar

capas e chapéus femininos no seu quarto. Dizia ela:

– Serviço de vestiário é exclusivamente comigo. Não quero confusões.

Terminada a noite, veio uma das senhoras presentes despedir-se de Madame Guimarães.

Precisava do seu chapéu. A dona da casa que, para evitar trocas e desarrumações, era a

única a penetrar no quarto que transformara em vestiário, levantou-se e subiu para pegar o

chapéu da visita.

Não demorou muito tempo, voltou com a fisionomia transtornada:

– Roubaram-me. Roubaram meu anel de brilhantes...

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